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Banco de Inglaterra volta a cortar juros, mas deixa avisos de inflação em alta

A autoridade monetária decidiu reduzir as taxas de juro em 25 pontos base para 4,5%. A decisão não foi, no entanto, unânime. Dois membros queriam um corte maior.

Andy Rain / Lusa_EPA
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Depois de ter interrompido o ciclo de alívio da política monetária em dezembro e janeiro, o Banco de Inglaterra (BoE) decidiu voltar a cortar as taxas de juro do país em 25 pontos base na reunião de fevereiro. O movimento já era esperado pelo mercado, mas dois votos dissidentes apontam para um caminho de maior alívio para o futuro: Catherine Mann e Swati Dhingra, membros externos da autoridade monetária britânica, votaram a favor de uma redução de 50 pontos base.

O BoE tem em mãos uma economia que tem encontrado grandes dificuldades em respirar de alívio. A instituição financeira prevê que o PIB do país tenha até contraído 0,1% no último trimestre de 2024; e as previsões para o futuro não são as melhores, numa altura em que as tarifas de Donald Trump, Presidente dos EUA, e o aumento da inflação podem comprometer uma recuperação económica.

Num discurso feito após o anúncio da decisão, o governador do banco central, Andrew Bailey, afirmou que o BoE vai continuar a "acompanhar de perto a economia do Reino Unido e a evolução global, ao mesmo tempo que adota uma abordagem gradual e cuidadosa para reduzir ainda mais os juros". A política monetária do Reino Unido é uma das mais restritivas entre as economias mais avançadas do mundo, ficando apenas atrás dos EUA. 

Com um panorama de taxas de juro ainda elevadas, o BoE atualizou as suas previsões económicas para os próximos anos - e as expectativas não são animadoras. É esperado que a inflação no país, que está neste momento nos 2,5%, continue a acelerar e alcance os 3,7% no terceiro trimestre deste ano, impulsionada por um aumento nos custos da energia, da água e dos transportes. A expectativa anterior era de 2,8%. 

Desta forma, o banco central prevê que a inflação só alcance a meta desejada de 2% no final de 2027 - seis meses mais tarde, em relação à última previsão. Também as expectativas de crescimento económico são mais pessimistas para o curto-prazo: a autoridade monetária vê o PIB a crescer apenas 0,75% este ano, apesar de ter revisto em alta para os próximos dois anos (1,5% em 2026 e 1,25% em 2027). 

(notícia atualizada às 12h43)

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