Notícia
Juros da casa abaixo de 4% pela primeira vez desde julho de 2023
A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação recuou 11,3 pontos base entre dezembro e janeiro, fixando-se em 3,978% no mês passado.
Os juros do crédito da casa estão em queda há doze meses consecutivos. Em janeiro, a taxa implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação fixou-se em 3,978%, abaixo dos 4% pela primeira vez desde julho de 2023, de acordo com dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Além de ser o valor mais baixo desde agosto de 2023 é também a maior queda mensal desde novembro de 2012, refletindo a tendência de arrefecimento das Euribor.
"A taxa de juro implícita no crédito à habitação desceu para 3,978%, valor inferior em 11,3 pontos base face ao registado no mês anterior, acumulando uma redução de 67,9 p.b. desde o máximo atingido em janeiro de 2024 (4,657%)", detalha o INE.
Nos novos créditos, celebrados nos últimos três meses, a descida acontece há 15 meses consecutivos e a taxa de juro foi de 3,113% em janeiro, uma redução mensal de 23,6 pontos base - a maior desde maio de 2012 - e o valor mais baixo desde dezembro de 2022. Neste caso a diminuição acumulada desde o máximo atingido em outubro de 2023 é de 126,7 pontos base.
"Para o destino de financiamento aquisição de habitação, o mais relevante no conjunto do crédito à habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos desceu para 3,945% (-11,2 p.b. face a dezembro). Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro diminuiu 21,9 p.b. comparativamente com o mês anterior, fixando-se em 3,114%", especifica o instituto de estatística.
O abrandamento foi também registado na prestação, que desceu dois euros para 401 euros, baixando da fasquia em que se manteve durante todo o ano passado, oscilando entre os 403 e os 405 euros. É a prestação mais baixa desde dezembro de 2023.
Deste valor, 225 euros (56%) correspondem a pagamento de juros e 176 euros (44%) a capital amortizado. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação desceu 32 euros para 600 euros - a maior descida desde junho de 2019 e o valor mais baixo desde junho de 2024.
O INE acrescenta ainda que, em janeiro, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 522 euros face ao mês anterior, fixando-se em 68.992 euros. Para os novos contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio em dívida foi 140.806 euros, mais 671 euros do que em dezembro.