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Sócrates: “Tenho Manuel Pinho por um homem honesto”

Sócrates garante que o seu ex-ministro seria “incapaz” de receber um vencimento privado enquanto exercia funções públicas. Mas no mesmo artigo em que abandona o PS, pede que Manuel Pinho negue imediatamente as acusações.

Miguel Pereira da Silva/Cofina
04 de Maio de 2018 às 09:41
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No artigo onde anuncia que abandona o PS, para acabar com o "embaraço mútuo" dos últimos dias, José Sócrates começa por defender o seu "amigo" Manuel Pinho, que diz ser "incapaz" de ter recebido um vencimento privado enquanto governava, mas a quem pede que negue "imediatamente" as acusações que o visam.

Em causa estão as suspeitas de Manuel Pinho ter recebido entre 2006 e 2012 cerca de um milhão de euros de uma empresa do Grupo Espírito Santo, uma notícia avançada pelo Observador, que explica que os pagamentos terão sido feitos através de uma ‘offshore’.

 

Considerando que "jornalistas" e "activistas disfarçados de comentadores" estão a tentar "inverter o ónus da prova", Sócrates "exige" que o Ministério Público prove o que diz sobre o ex-ministro da Economia do governo liderado por Sócrates. "O primeiro dever de um Estado decente é provar as gravíssimas alegações que faz", escreve, no artigo publicado esta sexta-feira no Jornal de Notícias.

"Tenho Manuel Pinho como um homem honesto e incapaz de uma coisa dessas, tal como é descrita – receber um vencimento privado enquanto exercia funções públicas. Por essa razão recuso-me sequer a discutir hipóteses que para mim são inadmissíveis, sem que o Estado, que o afirma, prove o que está a dizer".

Ainda assim, José Sócrates diz partilhar "o desejo dos seus amigos e colegas de Governo de que Manuel Pinho negue imediatamente as acusações".

É "mentira" que tenha sido Ricardo Salgado a sugerir o nome de Manuel Pinho para o Governo, diz ainda José Sócrates, afirmando que nunca fez parte do "grupo de amigos" do ex-presidente do Banco Espírito Santo.

O ex-ministro da Economia é ainda arguido no caso das rendas excessivas da EDP.

No artigo em que anuncia que abandonou o PS, o ex-primeiro-ministro, agora direcção socialista de se juntar "à direita" para "criminalizar uma governação".

Sócrates está acusado de 31 crimes: prática de crimes de corrupção passiva de titular de cargo político (3), branqueamento de capitais (16), falsificação de documento (9) e fraude fiscal qualificada (3). Terá acumulado através da Suíça e do Grupo Lena 24 milhões de euros. 

 

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