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Costa "surpreendido" com saída de José Sócrates

"Fico surpreendido, porque não há qualquer tipo de mudança da posição da direção do PS", assegura o primeiro-ministro.

Marisa Cardoso/Sábado
04 de Maio de 2018 às 14:18
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O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou esta sexta-feira, 4 de Maio, que "respeita" a decisão "pessoal" do antigo primeiro-ministro José Sócrates de abandonar o seu partido, adiantando, no entanto, que ficou "surpreendido" com os motivos invocados.

"É uma decisão pessoal de José Sócrates que tenho obviamente de respeitar", mas "fico surpreendido, porque não há qualquer tipo de mudança da posição da direcção do PS sobre aquilo que escrupulosamente temos dito desde o início: Separação entre aquilo que é da justiça e aquilo que é da política", afirmou.

António Costa falava aos jornalistas em Toronto, antes de iniciar o terceiro de quatro dias de visita oficial ao Canadá.

A primeira reação à saída de José Sócrates por parte da direção do PS chegou do presidente do partido que fez questão de destacar que o partido se "orgulha" do legado do governante. Para Carlos César, "José Sócrates deixou uma marca muito positiva em Portugal". Mas disse também que haverá um "sentimento de revolta" se a acusação se confirmar.

O socialista tentou dissipar a ideia de que existe uma mudança no discurso do PS. "Não há nenhuma mudança na questão fundamental: a separação da justiça e da política", disse Carlos César, admitindo apenas que "se se confirmarem essas suspeitas e acusações, [o PS] sente entristecimento e um sentimento de revolta".

Carlos César começou a sua declaração por dizer que o PS tomou conhecimento da saída de Sócrates, "uma decisão assumida de forma responsável". Esta sexta-feira o ex-primeiro-ministro anunciou que se iria desfiliar do Partido Socialista. Numa carta divulgada pelo Jornal de Notícias, José Sócrates justificou a saída com a "condenação sem julgamento" do PS. "É chegado o momento de pôr fim a este embaraço mútuo", escreveu Sócrates.

Na carta, o primeiro-ministro que conquistou a única maioria absoluta do PS escreve que "estranhos tempos são estes em que lembrar o princípio estrutural do Direito moderno, a presunção de inocência, se confunde com a defesa seja de quem for". O socialista chega mesmo a acusar a actual direcção do PS de "injustiça", "juntando-se à direita política na tentativa de criminalizar uma governação".

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