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Costa "apanhado de surpresa" com declarações de César sobre Sócrates

Secretário-geral do PS acredita, ainda assim, que o congresso dos socialistas não será prejudicado pela polémica saída do antigo-primeiro ministro José Sócrates do partido.

Lusa
Negócios 05 de Maio de 2018 às 15:42
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O secretário-geral do PS, António Costa, garante ter sido surpreendido pelas palavras do líder da bancada parlamentar socialista, Carlos César, quando assumiu a vergonha partidária perante os casos investigados na justiça que implicam José Sócrates e Manuel Pinho.

"Fui apanhado de surpresa pelas afirmações de Carlos César", assumiu o também primeiro-ministro ao jornal Expresso. As declarações do presidente socialista à TSF originaram uma verdadeira onda de declarações socialistas sobre Sócrates e Manuel Pinho – ao ponto do antigo primeiro-ministro socialista ter decidido abandonar o PS.

Sócrates, desfiliação anunciada

A desfiliação de José Sócrates do PS não é assim tão surpreendente como possa parecer. Desde o primeiro momento da Operação Marquês que o ex-primeiro-ministro quis atrelar o partido à sua luta. E a todo o momento tem transformado a sua defesa num processo político, recusando a legitimidade do processo judicial e do Ministério Público.


A Carlos César, seguiram-se a secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes, e o porta-voz João Galamba, numa atitude que gerou várias críticas junto dos apoiantes de Sócrates. Em reacção, num artigo publicado no Jornal de Notícias, o ex-governante escreveu que a sua saída do partido visa acabar com um "embaraço mútuo", após críticas que, na sua opinião, ultrapassam os limites do aceitável.


Posteriormente, Costa disse respeitar a decisão de Sócrates, mas assumiu que ficou "surpreendido" com os motivos invocados. "É uma decisão pessoal de José Sócrates que tenho obviamente de respeitar", mas "fico surpreendido, porque não há qualquer tipo de mudança da posição da direcção do PS sobre aquilo que escrupulosamente temos dito desde o início: Separação entre aquilo que é da justiça e aquilo que é da política", sustentou.


Ao Expresso, Costa deixou um recado para dentro do partido: o tema Sócrates não pode dominar o congresso socialista, que se vai realizar de 25 a 27 de Maio em Matosinhos. "O congresso será centrado nos desafios estratégicos do País e não na espuma dos dias", frisou.

O camarada Sócrates e os traidores

José Sócrates pediu a desfiliação do Partido Socialista e bastaram algumas horas para os seus fãs manifestarem o seu apoio, na página oficial do Facebook. O tom foi de apoio ao seu "camarada e amigo" perante a "dignidade e carácter" que o antigo primeiro-ministro e secretário-geral do PS demonstrou ao sair do partido.


Sócrates aderiu ao PS em 1981, e foi secretário-geral do partido entre 25 de Setembro de 2004 e 6 de Junho de 2011. Em 2005, obteve a primeira maioria absoluta do PS em eleições legislativas e foi primeiro-ministro até 2011, depois de o seu Governo ter pedido ajuda financeira ao Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu. O antigo primeiro-ministro é o principal arguido na Operação Marquês, em que está acusado de vários crimes económico-financeiros, incluindo corrupção e branqueamento de capitais.

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