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Passos admite novo Conselho Nacional do PSD em função da evolução política
O presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, admitiu na madrugada de sexta-feira a possibilidade de se realizar em breve uma nova reunião do Conselho Nacional social-democrata, extraordinária, em função da evolução da situação política.
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Esta informação foi avançada à agência Lusa por várias fontes que estiveram presentes na reunião do Conselho Nacional do PSD, que começou pelas 21:00 de quinta-feira e terminou cerca das 01:00 de sexta-feira, e à qual assistiram seis ministros: Miguel Poiares Maduro, Luís Marques Guedes, Maria Luís Albuquerque, Miguel Macedo, José Pedro Aguiar Branco e Nuno Crato.
Segundo as referidas fontes, ao final de quatro horas de reunião, o presidente do PSD colocou a hipótese de o Conselho Nacional vir a ser novamente ouvido, consoante o desfecho dos acontecimentos, depois de no seu discurso inicial ter descrito o actual contexto como de incerteza, defendendo que esta não se pode prolongar.
Pedro Passos Coelho deixou o hotel de Lisboa onde decorreu este encontro do órgão máximo do PSD entre congressos sem prestar declarações à comunicação social.
De acordo com relatos feitos à agência Lusa, houve diversos conselheiros nacionais a manifestar incompreensão ou a criticar a decisão do Presidente da República de propor um acordo entre a maioria no poder e o PS, com um cenário de eleições antecipadas em cima da mesa, sem dar resposta à remodelação do Governo PSD/CDS-PP proposta pelo primeiro-ministro, na sequência da demissão de Paulo Portas.
Segundo as fontes sociais-democratas contactadas pela Lusa, estes dirigentes consideraram que Cavaco Silva somou crise à crise.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e presidente do CDS-PP, Paulo Portas, também terá sido alvo de críticas, pelo seu pedido de demissão do Governo.
A defesa da legitimidade democrática da maioria PSD/CDS-PP e do cumprimento da actual legislatura foi um ponto central de vários discursos.
Ao contrário do que é habitual, os jornalistas puderam assistir e registar a intervenção de Passos Coelho que abriu o Conselho Nacional do PSD, na qual este alegou existir um "clima partidário de total normalidade" e acentuou tratar-se de uma reunião ordinária, que estava prevista antes dos acontecimentos políticos mais recentes.
"Isso não significa que estejamos alheados das muitíssimas dificuldades que estamos a viver", acrescentou, advogando, em seguida, que "hoje na vida política nacional o PSD é indubitavelmente a força política que maior serenidade, responsabilidade e sentido institucional tem revelado aos portugueses".
No final do seu discurso, Passos Coelho declarou: "Tenho a certeza de que este Conselho Nacional mostrará ao país que o PSD tem sabido lidar com muita responsabilidade com esta situação. Não foi preciso fazer contactos especiais com a nossa estrutura política interna para garantir unidade do partido, para garantir a responsabilidade das afirmações que são produzidas no espaço público, ou para influenciar os militantes num ou noutro sentido. Não foi preciso, e isso é muito importante que se saiba".
"É importante que se saiba que, dentro do clima aberto, descentralizado e democrático em que vivemos, ninguém precisa de andar com o coração nas mãos com medo daquilo que o partido possa dizer, e esse é hoje um sinal de grande tranquilidade que me orgulha que possa ser identificado pelos portugueses junto do PSD", concluiu.