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Novo Banco nacionalizado? "Não há fumo sem fogo"
Num artigo de opinião publicado no Negócios, Maria Luís Albuquerque sugere uma ligação entre as necessidades de recapitalização da CGD e os rumores sobre a integração do Novo Banco no banco público. Do negócio dependerá mesmo a sobrevivência deste Governo, diz.
O PSD desconfia que o Governo esteja a preparar-se para nacionalizar o Novo Banco, integrando-o na Caixa Geral de Depósitos. Este é um cenário de que se fala, aqui como em Bruxelas, havendo até quem diga que, se a Comissão Europeia não aprovar este negócio, o Governo poderá mesmo cair. Os rumores são avançados esta quarta-feira ao Negócios por Maria Luís Albuquerque, para quem "não há fumo se fogo".
Num artigo de opinião onde defende a posição do PSD de avançar com a comissão parlamentar de inquérito à CGD, a ex-ministra das Finanças diz que 4 mil milhões de euros para a recapitalização são excessivos, à luz daquilo que era o seu conhecimento dos factos quando saiu do Governo. E sugere que haja uma ligação entre esta avultada quantia, que já terá sido entretanto explicada ao BE e ao PCP, e o Novo Banco.
Maria Luís rejeita que haja qualquer contradição entre o facto de o PSD querer uma comissão de inquérito pouco tempo depois de ter saído do Governo, porque "é precisamente por o PSD não desconhecer o que se passava até ao final de Novembro de 2015 que queremos saber porque é pedido aos portugueses um esforço tão significativo".
A actual deputada e vice-presidente do PSD atira-se ao PCP, que argumenta agora que um inquérito poderá fragilizar a CGD mas que, "até hoje, nunca demonstrou qualquer pejo no escrutínio de instituições financeiras, bem pelo contrário".
Para Maria Luís, esta comissão de inquérito não deverá destapar grandes novidades sobre o passado - "mas o que é que não se sabe já?", questiona. A sua grande virtude estará em evitar que erros semelhantes ou outros se cometam no futuro. E sobre os planos futuros, há muito em aberto que é necessário esclarecer atempadamente.
O PSD parte praticamente isolado para o inquérito parlamentar à CGD, enfrentando as pressões do próprio Presidente da República e do governador do Banco de Portugal.