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Marcelo Rebelo de Sousa: "Partidos precisam de um banho de humildade"

Marcelo Rebelo de Sousa falou no Congresso das Comunicações da dificuldade dos partidos se renovarem. E diz que são partidos de cartel que precisam do Estado para perpetuar o seu poder.

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13 de Novembro de 2013 às 12:06
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"O sistema político e o sistema social precisam de um banho de humildade". Marcelo Rebelo de Sousa, comentador político, falava nas grandes tendências políticas no Congresso das Comunicações, onde falou da necessidade de mudanças de comportamento.

 

Precisam de um "banho de humildade", mas não é só em Portugal. É também em França, Espanha ou em Itália. "Custa? Custa", mas é preciso "ultrapassar os quadros institucionais" que "ficaram rapidamente obsoletos.

 

A nossa democracia, acrescentou, "é muito jovem em certos aspectos, mas é muito velho noutros", como na linguagem, organização institucional, renovação interna, acompanhamento das novas tecnologias. E neste capítulo Marcelo Rebelo de Sousa teve uma palavra directa para a comunicação social, em especial a televisiva que, diz, "não está a cumprir a função social, está a ser um factor de inércia, o que é muito negativo na sociedade portuguesa".

 

E, por isso, é um modelo de comunicação social que "está a esgotar-se e vai esgotar-se rapidamente". Para Marcelo Rebelo de Sousa "estamos a fechar um ciclo histórico, já deu o que tinha a dar. E pasmo com projecções que são uma repetição do passado".

 

Pedro Magalhães, investigador auxiliar do ICS-UL, falou, momentos antes, da desconfiança que existe hoje face ao sistema político e do descontentamento.

 

Marcelo Rebelo de Sousa deu razões históricas agravadas por fenómenos inorgânicos novos.

 

São oito séculos moldados pelo facto de ter sido o Estado a fazer a nação e não o contrário. "O Estado impos-se à nação. A sociedade civil não existiu. São muitos séculos de centralização, concentração, supremacia do Estado". O que levou a que os próprios partidos fossem criados a partir do Estado, tal como os parceiros sociais.

 

"A realidade foi sempre criada de cima para baixo, não da sociedade civil que era fraca, mas dos poderes públicos para a sociedade civil". E atira aos partidos que são "rigorosamente iguais aos que eram". São grandes partidos, de cartel, que "precisam do poder nacional para perpetuar a sua influência", daí que "a sua reforma é muito difícil". O mesmo para os parceiros sociais.

 

Mas Portugal está habituado às crises. "A história de Portugal é de crises", logo na criação com uma crise familiar entre mãe e filho. E os portugueses têm, por isso, "uma capacidade de adaptação espantosa perante as crises. Somos uma nação muito forte, muito homogénea, ainda temos factores homogeneidade familiar e social. Essa experiência tem-nos feito enfrentar crises com resiliência que nos espanta a nós próprios".

 

O facto de não termos dimensão "dá importância ao factor humano", que "é um trunfo". Por isso, "se os políticos e parceiros tiverem juízo percebem a sua fraqueza", já que "sozinhos não consequem fazer certas coisas".

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