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Machete admite que tentou “de uma maneira clara melhorar as relações” com Angola
Ministro reconhece que a entrevista à Rádio Nacional de Angola teve como objectivo melhorar as relações com o país africano. E diz que não ligou à procuradora-geral da República.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros explicou o que o levou a fazer as afirmações que fez à Rádio Nacional de Angola. “O que aconteceu foi que no âmbito de uma entrevista onde se procurava, de uma maneira clara, melhorar as relações, se procurou explicar que este problema [investigações judiciais], tanto quanto eu sabia – ‘penso’, disse eu – não se revestia da gravidade que lhe tinha emprestado as autoridades angolanas”, justificou.
Em resposta às questões de Pedro Silva Pereira, o ministro garantiu que falou “com tranquilidade” e “sem ter nenhuma consulta a nenhum processo”. “Parece um pouco caricato estar a imaginar-me a telefonar à senhora procuradora a perguntar como vai esse processo. Isso é algo q está completamente fora de causa”, assegurou Rui Machete.
“Não vejo nenhuma gravidade em termos do que disse, na minha intenção. Logo no início disse que o Ministério Público não está subordinado ao ministro da Justiça, não podemos intervir hierarquicamente”, lembrou.
Machete mostrou-se ainda surpreendido com o tom do PS. “Não entendo, não aceito essa condenação, que parece que estou um réu a defender-me perante um tribunal”, porque esse posicionamento “não dá a devida substância a tudo o que foi referido nessa entrevista”.
Nas declarações à RNA, no início de Setembro, Machete afirmou, a propósito das investigações a altas figuras do regime angolano: “Tanto quanto sei, não há nada substancialmente digno de relevo, e que permita entender que alguma coisa estaria mal, para além do preenchimento dos formulários e de coisas burocráticas e, naturalmente, informar às autoridades de Angola pedindo, diplomaticamente, desculpa, por uma coisa que, realmente, não está na nossa mão evitar”.
Hoje, Machete disse que o que fez não foi “um pedido de desculpas diplomático, esses são feitos por via dos embaixadores, nada disso aconteceu”.