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Luís Reis: “Vivem-se dias estimulantes e estranhos” com grande distância entre o discurso e a prática dos políticos

O presidente da Confederação dos Serviços de Portugal considera que o Governo está a ter um discurso e uma postura opostas quando defende menos burocratização na economia.

Sara Matos/Negócios
Negócios 05 de Novembro de 2013 às 09:21
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“Vivem-se dias estimulantes e estranhos. Nunca, que me lembre, foi tão larga a ‘décalage' entre o discurso e a prática dos nossos responsáveis políticos”, afirma Luís Reis num artigo de opinião publicado esta terça-feira, 5 de Novembro, no “Diário Económico”.


“Temos assistido a declarações públicas dos nossos governantes - das mais diversas áreas, da economia à agricultura - dignas do maior aplauso e admiração, que as empresas saúdam sem hesitar e que nos dão esperança e alento relativamente à retoma da economia e ao tão desejado arranque da nossa competitividade, ao indispensável desentorpecimento do investimento e à redução dos níveis de desemprego.”

 

Contudo, apesar dos apelos “à desburocratização do Estado, à simplificação de procedimentos na Administração Pública, à redução da carga fiscal e ao combate à hiper-regulação por parte de um Estado”, os governantes têm assumido uma postura de “olha para o que eu digo, não olhes ao que eu faço.”

“O problema é que os responsáveis políticos que veiculam discursos afinados por este saudável diapasão parecem por vezes investidos do corpo de Jano: dispondo de duas faces, uma que se destina a explicar e uma segunda, simétrica àquela, que manda executar.”

Luís Reis diz que o “milagre económico” salientando pelo ministro da Economia, Pires de Lima, “só pode acontecer se o discurso oficial de respeito pelo mercado e pela livre concorrência e de remoção de obstáculos burocráticos e administrativos encontrar tradução prática e não se ficar pelo plano das boas intenções, onde cumpre apenas o papel confortável de um acto de contrição, que lava a consciência mas permanece estéril.”

 

“Mais taxas, mais impostos, mais regulação, mais peso burocrático é errado, é contraproducente, é objectivamente contraditório com o discurso oficial e o Governo sabe-o - oxalá preste atenção e leve a sério as palavras de António Pires de Lima”, acrescenta o mesmo responsável.

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