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Louçã avisa que Bloco de Esquerda não recua e não deixará cair medidas

O antigo coordenador do Bloco de Esquerda Francisco Louçã defendeu hoje que o seu partido é "a garantia" do acordo que suporta o Governo, mas advertiu que não recuará e que recusará deixar cair medidas.

Miguel Baltazar
25 de Junho de 2016 às 19:39
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Francisco Louçã falava na X Convenção do Bloco de Esquerda, no pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa, numa intervenção muito aplaudida pelos delegados bloquistas, sobretudo quando frisou que o Bloco de Esquerda "é o único grande partido com as contas limpas no Tribunal Constitucional".

 

Sobre a relação do Bloco de Esquerda com o atual Governo, o antigo coordenador e atual conselheiro de Estado defendeu que o seu partido "é a garantia do acordo".

 

"Não falhamos, não recuamos, cumprimos e cumpriremos. Quem vive do seu salário e da sua pensão sabe que tem o Bloco de Esquerda. Damos uma certeza: Medida a medida não andamos para trás, nunca deixaremos cair, e ai de quem deixar cair", avisou Francisco Louçã, mas sem especificar o destinatário do recado.

 

Neste contexto em que traçou linhas vermelhas, Louçã deixou ainda a promessa do Bloco de Esquerda impedir privatizações e de se bater pelo "desmantelamento das rendas, porque é na desigualdade social que se tem de encontrar a correção e a política de uma esquerda que sabe responder".

 

"É na dívida que vamos buscar os recursos suficientes para os salários e pensões", completou, antes de salientar que, em janeiro próximo, o salário mínimo nacional será fixado em 557 euros por mês.

 

O fundador do Bloco de Esquerda caracterizou igualmente o seu partido como uma "garantia", porque representa "a luta social".

 

Na sua intervenção, o fundador do Bloco de Esquerda pretendeu ainda colocar um cenário de bipolarização política, quando enviou várias críticas às forças do anterior Governo.

 

"Não vos vou falar do CDS, porque o Bloco já fez a resolução do CDS e são águas passadas", declarou, pondo parte dos delegados a rir.

 

Francisco Louçã definiu depois o PSD como "o adversário imediato da grande disputa" do Bloco de Esquerda.

 

"Querem Passos Coelho e o partido das sanções contra Portugal, ou querem um Bloco em defesa do povo? Querem Maria Luís Albuquerque, para quem a política é a continuação da finança especulativa, ou querem um Bloco contra a especulação?", questionou, recebendo palmas.

 

Na sua intervenção, Francisco Louçã também aproveitou para deixar rasgados elogios a alguns dos principais elementos da direção do Bloco de Esquerda, a começar na porta-voz, Catarina Martins, que disse ter sido "protagonista da maior transformação da relação de forças em Portugal nos últimos 40 anos".

 

Numa mensagem para o interior do seu partido, Louçã elogiou ainda os resultados alcançadas pela eurodeputada Marisa Matias na última campanha presidencial, mas, também, logo a seguir, a ação do líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, em defesa da manutenção da Caixa Geral de Depósitos como banco público.

 

Antes de Francisco Louçã, António Chora, ex-deputado bloquista e sindicalista da Autoeuropa, defendeu a tese de que a sustentabilidade do Governo pelo Bloco de Esquerda tem que ter como prioridade as políticas do trabalho, reivindicando então o fim das alterações introduzidas na legislação laboral no período de resgate em Portugal.

 

António Chora frisou que o Bloco de Esquerda tem de bater-se por políticas efetivas de emprego, combatendo a precariedade sobretudo no setor do Estado, pelo aumento do número de dias de férias e por uma melhoria do acesso à reforma dos trabalhadores com longas carreiras contributivas.

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