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Governo brasileiro diz que plano de Marina Silva "vai paralisar a economia"

Ministro das Finanças de Dilma Rousseff critica plano económico da candidata do PSB. Guido Mantega garante que a economia está em recuperação, depois dos trimestres em que contraiu em cadeia, e que o segundo semestre vai ser positivo.

2. Dilma Rousseff - Presidente do Brasil
02 de Setembro de 2014 às 19:49
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O ministro das Finanças brasileiro criticou o plano económico de Marina Silva, ao considerar que o mesmo vai prejudicar o crescimento da maior economia da América do Sul.

 

"Reduzir o crédito de bancos públicos sem ter a cobertura de bancos privados, ou de outras fontes como do mercado de capitais, é imprudente", disse o ministro das Finanças brasileiro, Guido Mantega, em entrevista à agência Bloomberg.

 

O governante acredita que o plano da candidata do Partido Socialista Brasileiro (PSB) vai desta forma "paralisar a economia, paralisar os investimentos. Vai encarecer muito os investimentos", afirmou.

 

No seu programa de Governo - apresentado no final da semana passada -, Marina Silva declarou que quer menos Estado na economia. Entre as suas propostas, encontra-se a intenção de "eliminar a prática" de usar as empresas estatais "como instrumento de política macroeconómica".

 

Também os subsídios a sectores específicos foram visados no programa, com Marina Silva a defender que os mesmos devem ser eliminados pois "reduzem a eficiência na alocação de recursos e comprometem o crescimento económico, entre outras coisas, por causa das incertezas geradas quanto a preços relativos".


A economia é, previsivelmente, um dos temas quentes das presidenciais brasileiras. Especialmente depois de terem sido divulgados dados recentemente que demonstram que o Brasil entrou em recessão técnica no segundo trimestre, com a queda do PIB em cadeia pelo segundo trimestre consecutivo.

 

Depois de ter registado uma variação negativa de 0,2% nos três primeiros meses, o PIB brasileiro desceu 0,6% em Abril, Maio e Junho, com Brasília a apontar três factores para o arrefecimento da economia brasileira: o abrandamento da economia internacional, a redução de dias úteis de trabalho devido ao Campeonato do Mundo de Futebol e a seca que assola o país - que levou a um aumento do custo da energia.

 

O ministro das Finanças de Dilma garante que a economia está em recuperação e que o segundo semestre vai ser positivo. "Acredito que a economia está em recuperação. Certamente terá crescimento no segundo semestre e isso vai ajudar a melhorar a receita fiscal".

 

Guido Mantega rejeitou mesmo qualquer tipo de comparação com a estagnação da economia europeia. "A economia não está parada. É um equivoco falar em recessão numa economia que se está a movimentar, que tem um mercado consumidor intacto. Recessão é a situação dos países europeus, que ficaram anos com taxas negativas. Para a economia brasileira, parece inadequado falar nesses termos".

 

O ministro disse recentemente que o Governo se prepara para rever a estimativa de crescimento de 1,8% para este ano. Já o Bank of America Merrill Lynch veio esta terça-feira rever em baixa a sua previsão de crescimento para o Brasil este ano, de 1,5% para 1%.

 

Economia dominou debate entre candidatos

 

No debate televisivo que teve lugar na segunda-feira, 1 de Agosto, Dilma Rousseff recusou a ideia do Brasil estar em recessão.

 

"Nós não estamos em recessão. Porque o consumo está a aumentar devido ao aumento do emprego e dos salários", disse a presidente brasileira, argumentando que o "abrandamento actual da actividade económica é momentânea"

 

Por seu turno, Marina Silva acusou o Governo de Dilma de não cumprir as suas promessas. "Rousseff foi eleita garantindo que iria controlar a inflação, manter o crescimento do país e as taxas de juro mais baixas. Hoje temos inflação alta, baixo crescimento e taxas altas", acusou.

 

"Quando as coisas correm bem, o seu Governo fica com 100% dos créditos. Quando as coisas correm mal, a culpa vai para a crise internacional e até para a própria natureza", disse a candidata do PSB, referindo-se também à seca que assola o país.

 

Em resposta, Dilma Rousseff questionou Marina Silva sobre onde pretende ir buscar o dinheiro para financiar o seu programa educativo, para o qual pretende alocar 10% do orçamento anual do país.

 

"A candidata Silva falou, mas não respondeu à pergunta de onde vai buscar o dinheiro. Quem quer governar deve explicar como vai proceder. Não é suficiente fazer promessas", atirou a presidente.

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