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Dilma promete governo com novos ministros se for reeleita, a começar pelas Finanças

Depois dos anos de crescimento com Lula da Silva, Dilma arrisca a ficar com o currículo económico manchado e pretende sinalizar aos brasileiros que a mudança de ministro das Finanças marca o início de uma nova era.

05 de Setembro de 2014 às 20:39
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Novo mandato, novo governo, é agora o mote da presidente brasileira. Dilma Rousseff quer cortar com o passado e mostrar aos brasileiros que, se for reeleita, apesar da mesma presidente, tudo o resto vai mudar em Brasília. A começar pelo ministro das Finanças, Guido Mantega, que deverá ser substituído num eventual novo governo do Partido dos Trabalhadores (PT).

 

"Eleição nova, governo novo, equipa nova", disse, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, publicada esta sexta-feira, 5 de Setembro.

 

Guido Mantega está no cargo desde Março de 2006, sendo o ministro que permaneceu mais tempo à frente das Finanças desde o início da democracia.

 

O arrefecimento económico do país este ano, tendo entrado em recessão técnica no segundo trimestre, vai ser uma das armas para os seus adversários usarem durante a campanha.

 

Depois dos anos de crescimento durante os mandatos de Lula da Silva, Dilma arrisca a ficar com o currículo económico manchado e nada melhor do que mudar de ministro das Finanças para sinalizar uma nova era.

 

Apesar da vontade de mudar o Executivo, Dilma considera que ainda é muito cedo para falar sobre nomes. "Quero dizer o seguinte. Não nomeio ministro em segundo mandato. Eu não fui eleita. Como é que saio por aí nomeando ministro?", sublinhou.

 

A presidente mudou o seu discurso recentemente, depois de Lula da Silva ter sinalizado que uma mudança de equipa no Palácio do Planalto para os próximos quatro anos seria bem recebida pelos eleitores.

 

"Obviamente, novo governo e, necessariamente, nova actualização das políticas e das equipes", afirmou em Belo Horizonte na quarta-feira, 3 de Setembro, perante uma plateia de empresários e gestores pertencentes à patronal Confederação Nacional da Indústria (CNI).

 

No mesmo comício criticou o programa económico de Marina Silva, que defende o fim dos subsídios governamentais às empresas brasileiras.

 

"Muito me preocupa a questão dos bancos públicos, eles cumprem um papel importante", afirmou. A presidente referia-se ao BNDES - que apoia o sector industrial -, Banco do Brasil - sector agrícola - e Caixa Económica Federal - que apoia os programas de habitação do país.

 

"Se não tiver crédito subsidiado, crédito de longo prazo, crédito que assegure as condições de expansão, teremos um problema muito sério", defendeu.

 

Já a sua rival mais directa neste momento, Marina Silva, veio a público acusar os seus adversários de "desespero" por ter vindo a subir nas sondagens.

 

"O que está acontecendo é que há uma situação quase que de desespero por parte dos meus adversários. Obviamente que eles são tão grandes e poderosos que conseguem ocupar todos os espaços para dizer inverdades a meu respeito", disse a candidata pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) em entrevista à rádio CBN.

 

"Eu não tenho a mesma estrutura que eles têm. A presidente Dilma tem 11 minutos de programa de televisão, o governador Aécio tem quase cinco. Eu tenho apenas dois minutos", lamentou.

 

Com a ultrapassagem de Marina Silva a Dilma nas sondagens, Lula da Silva veio em socorro da sua delfim. Num comício no Recife, o antigo presidente tem defendido que Dilma é a novidade na política brasileira, e não Marina Silva, por já ter ocupado vários cargos legislativos e executivos.

 

"Estou vendo algumas pessoas falarem a palavra 'nova política'. E a pessoa [Marina Silva] já foi vereadora, deputada estadual, federal, senadora", disse o antigo presidente. "Se tem uma pessoa que é a nova política no país é a Dilma, que nunca foi política neste país", defendeu.

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