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Fitch e Moody’s: Lula no governo não muda perspectiva económica negativa sobre o Brasil

Duas das três maiores agências de rating, a Fitch e a Moody's, destacaram que a nomeação do ex-Presidente Lula da Silva para o Ministério da Casa Civil não muda as projecções negativas sobre a economia brasileira.  

Ueslei Marcelino/Reuters
16 de Março de 2016 às 22:06
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A Fitch, que recentemente reviu a queda do Produto Interno Bruto (PIB) do país para 3,5% e estimou um crescimento modesto de 0,7% em 2017, destacou em nota enviada à Lusa que o processo de 'impeachment' e as preocupações sobre a trajectória fiscal do Brasil continuam a prejudicar a confiança no país. 

 

"O recente anúncio de mudanças no gabinete [nomeação de Lula para chefe da Casa Civil] significa que os desenvolvimentos políticos permanecem fluidos num cenário macroeconómico difícil. A Fitch continuará a acompanhar de perto esta evolução", disse Shelly Shetty, chefe de soberanos da América Latina da Fitch Ratings.

 

Já a Moody's foi mais enfática ao afirmar, também em nota, que a remodelação de gabinete sinalizou uma mudança nas prioridades do governo no sentido de atender uma conveniência política em detrimento do prosseguimento da consolidação orçamental.

 

"A Moody's já incorpora a possibilidade de que os acontecimentos políticos poderiam complicar as perspetivas de crédito do país em linha com a nossa decisão de rebaixar a classificação do Brasil de Ba2 com uma perspectiva negativa", afirmou Samar Maziad, analista sénior daquela agência.

 

As duas agências rebaixaram a nota de 'rating' do Brasil para a categoria de "lixo" nos últimos meses. A nota de crédito auferida por elas funciona como um "selo" que indica se há ou não o risco de incumprimento para os investidores.

 

A Fitch rebaixou o grau de investimento do Brasil em Dezembro do ano passado, informando que a revisão foi reflexo de uma recessão económica mais profunda do que se esperava, de um cenário fiscal adverso e do crescimento das incertezas políticas.

 

No caso da Moody's, a perda de 'rating' do Brasil foi anunciada no final de Fevereiro, sendo influenciada directamente pela deterioração das métricas de crédito, pelo baixo crescimento e a expectativa de que a dívida do governo brasileiro deve subir nos próximos três anos.

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