Notícia
Da "falta de soluções" à "clara mensagem" a Costa: partidos reagem a discurso de Marcelo
O PSD, Chega e Iniciativa Liberal elogiaram o discurso do Presidente da República, que foi visto pelos liberais como uma "clara mensagem" ao primeiro-ministro. Bloco de Esquerda e PCP registam "ausência de soluções".
O discurso do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia do 5 de Outubro, agradou aos partidos de direita e deixou alguns lamentos aos de esquerda - que esperavam ver "soluções".
"Creio que a grande mensagem da intervenção do senhor Presidente da República, que aqui saudava, foi a descolagem que ele identifica entre o país real e o país, como ele dizia, oficial", afirmou o social-democrata Hugo Soares, em declarações aos jornalistas no final da cerimónia comemorativa do 113.º aniversário da Implantação da República, que decorreu na Praça do Município, em Lisboa.
Na opinião do dirigente do PSD, o chefe de Estado fez "uma intervenção muito colada ao país real", ao país dos "portugueses em concreto, das dificuldades dos professores, dos médicos, das forças de segurança, dos oficiais de Justiça, dos enfermeiros, daqueles que pagam demasiados impostos e têm pouco rendimento". Salientou ainda o apelo deixado por Marcelo Rebelo de Sousa de que "é preciso reformar, é preciso transformar e não ficar à espera para que se possa resolver a vida das pessoas", sublinhando que o Executivo governa "há oito anos e não há 15 dias".
Também o presidente do Chega elogiou o discurso "mobilizador" do chefe de Estado. "Deixou um discurso mobilizador no qual nos revemos. Acho que é uma análise histórica bastante interessante. Conseguiu deixar a mensagem [de que] ou mudamos a bem e agora nas grandes questões da segurança, migrações, clima, jovens ou essas mudanças acontecerão contra a nós e a mal", disse André Ventura, no final da cerimónia comemorativa.
A Iniciativa Liberal, por sua vez, não só concordou com as palavras do chefe de Estado, como disse não ter dúvidas de que é "uma mensagem clara para o primeiro-ministro", António Costa.
Entre os partidos de esquerda, a opinião dividiu-se. Se para o Livre, Marcelo Rebelo de Sousa fez uma "excelente contextualização histórica" dos perigos que a democracia enfrenta, para o Bloco de Esquerda e para o PCP faltaram "soluções".
"Estamos a repetir os mesmos erros, na questão da habitação em particular, que ao ser negado esse direito, está a empurrar muitas pessoas para fora do país. Nós temos o problema a ser repetido e não haver uma palavra do Presidente da República sobre a habitação, algo que fez com que centenas de milhares de pessoas saíssem à rua por todo o país no último fim de semana, mostra algum desfasamento face à realidade", criticou Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do BE.
Para os bloquistas, o Presidente da República "falha na apresentação de soluções" neste discurso uma vez que apesar de dizer qe não se pode repetir os erros do passado, não se foca num dos "grandes problemas na fixação dos jovens que é a habitação".
Já a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, considerou que "a questão da mudança que foi colocada por Marcelo exige opções políticas concretas" para dar resposta a problemas em áreas como a saúde, educação ou habitação.
"Registamos no discurso do senhor Presidente da República uma consideração genérica relativamente aos problemas mais gerais, quer do ponto de vista nacional, quer do ponto de vista internacional. Mas a questão da mudança que foi colocada pelo próprio Presidente da República, isso exige opções políticas concretas para dar resposta às questões mais prementes com as quais estamos confrontados neste momento no nosso país", considerou.
"Creio que a grande mensagem da intervenção do senhor Presidente da República, que aqui saudava, foi a descolagem que ele identifica entre o país real e o país, como ele dizia, oficial", afirmou o social-democrata Hugo Soares, em declarações aos jornalistas no final da cerimónia comemorativa do 113.º aniversário da Implantação da República, que decorreu na Praça do Município, em Lisboa.
Na opinião do dirigente do PSD, o chefe de Estado fez "uma intervenção muito colada ao país real", ao país dos "portugueses em concreto, das dificuldades dos professores, dos médicos, das forças de segurança, dos oficiais de Justiça, dos enfermeiros, daqueles que pagam demasiados impostos e têm pouco rendimento". Salientou ainda o apelo deixado por Marcelo Rebelo de Sousa de que "é preciso reformar, é preciso transformar e não ficar à espera para que se possa resolver a vida das pessoas", sublinhando que o Executivo governa "há oito anos e não há 15 dias".
A Iniciativa Liberal, por sua vez, não só concordou com as palavras do chefe de Estado, como disse não ter dúvidas de que é "uma mensagem clara para o primeiro-ministro", António Costa.
Entre os partidos de esquerda, a opinião dividiu-se. Se para o Livre, Marcelo Rebelo de Sousa fez uma "excelente contextualização histórica" dos perigos que a democracia enfrenta, para o Bloco de Esquerda e para o PCP faltaram "soluções".
"Estamos a repetir os mesmos erros, na questão da habitação em particular, que ao ser negado esse direito, está a empurrar muitas pessoas para fora do país. Nós temos o problema a ser repetido e não haver uma palavra do Presidente da República sobre a habitação, algo que fez com que centenas de milhares de pessoas saíssem à rua por todo o país no último fim de semana, mostra algum desfasamento face à realidade", criticou Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do BE.
Para os bloquistas, o Presidente da República "falha na apresentação de soluções" neste discurso uma vez que apesar de dizer qe não se pode repetir os erros do passado, não se foca num dos "grandes problemas na fixação dos jovens que é a habitação".
Já a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, considerou que "a questão da mudança que foi colocada por Marcelo exige opções políticas concretas" para dar resposta a problemas em áreas como a saúde, educação ou habitação.
"Registamos no discurso do senhor Presidente da República uma consideração genérica relativamente aos problemas mais gerais, quer do ponto de vista nacional, quer do ponto de vista internacional. Mas a questão da mudança que foi colocada pelo próprio Presidente da República, isso exige opções políticas concretas para dar resposta às questões mais prementes com as quais estamos confrontados neste momento no nosso país", considerou.