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Moedas critica "ativismo radical" e pede a Governo "liderança moderada"

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa defendeu a "moderação e bom senso" na liderança política, num discurso em que anunciou que Lisboa irá, além do 25 de abril, celebrar o 25 de novembro no próximo ano.

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05 de Outubro de 2023 às 12:01
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Naquele que foi o seu segundo discurso enquanto anfitrião das cerimónias do 5 de Outubro, Carlos Moedas criticou "a falta de um ativismo social moderado" e afirmou, perante o primeiro-ministro, António Costa, que o país precisa de "pragmatismo e coragem para fazer". 

"A política tem de voltar a ser vista, vivida e sentida pelas pessoas. Há um vazio capturado pelos ativismos radicais, há falta de um ativismo social moderado. Quem fomenta esses radicalismos arrisca-se a colher mais cedo ou mais tarde a queda desse regime", atirou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

E na sequência do alerta contra os radicalismos, o autarca de Lisboa anunciou que, no próximo ano, para além dos festejos históricos do 25 de Abril - que assinala 50 anos em 2024 -, a "Câmara de Lisboa terá uma iniciativa para celebrar o 25 de Novembro". O anúncio acontece na mesma semana em que o Parlamento deixou de fora a celebração da data - que consistiu numa tentativa de golpe de Estado por parte de setores da esquerda radical um ano depois da revolução do 25 de Abril e que pôs fim ao Processo Revolucionário em Curso no Verão Quente, o chamado PREC.


Recorrendo ao peso da data hoje celebrada, que comemora a Implantação da República, o autarca lisboeta afirmou que cabe aos atores políticos não deixar que estas datas sejam apenas "símbolos decorativos" ou "celebradas pelos políticos mas de certa forma ignorada pelas pessoas" e desafiou a que o país olhe para os cidadãos. 

"O 5 de outubro exige que olhemos para as pessoas, para os idosos que se sentem esquecidos e desprotegidos", afirmou, realçando uma ideia que tem já vindo a repetir: "O senhor primeiro-ministro sabe que pode contar connosco para construir um Estado social local que complemente o Estado social nacional".

Desafiou também a que se olhe para os que trabalham, que vivem hoje "sobrecarregados com impostos". "Quero dizer-lhes que é possível baixar impostos e não trabalhar apenas para alimentar a máquina do Estado", atirou, acrescentando que Lisboa continuará a fazê-lo.


E também os jovens foram figura central no discurso do autarca de Lisboa. "Os nossos jovens querem esperança (...) São a geração que hoje não consegue sair de casa dos pais, que se sente mais valorizada fora do país do que no seu próprio", continuou, dizendo a estes que "não têm de procurar lá fora". "Também eu saí do país e senti isso. Quero, por isso, atrair talento para Lisboa", afirmou, lembrando a "criação da famosa fábrica de unicórnios" que já permitiu, segundo o próprio, atrair mais de 150 empresas tecnológicas. 

Carlos Moedas terminou dizendo que o país deve reconhecer que "podemos ser ainda mais, sem nos vermos obrigados a recorrer à falsa solução dos radicalismos". Mas isso, acrescentou, "só é possível com uma liderança moderada".
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