Notícia
Marcelo pede reformas "para não termos de ver contrarreformas"
Presidente da República apela à necessidade de mudanças "domésticas" e nas instituições internacionais porque "não podemos deixar morrer a liberdade" e para que outros não "preencham o vazio" deixado pela inércia dos atuais líderes.
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O Presidente da República apelou esta quinta-feira à necessidade de mudança das instituições, de forma a salvaguardar as democracias e a evitar que "outros não preencham o vazio" deixado pela "inércia" dos atuais líderes.
No discurso da cerimónia que assinalou o 5 de Outubro, Marcelo Rebelo de Sousa alertou que "ou as instituições internacionais e domésticas mudam a bem ou mudarão a mal". "E mal porque tarde e atabalhoadamente", destacou.
"Podemos reformar a sério, para não termos de ver contrarreformas", defendeu."Sabemos mais do que os outros no passado sabiam, vivemos em liberdade e não podemos deixar morrer essa liberdade".
O Chefe de Estado, começou a sua intervenção recuando há 100 anos para lembrar que, em 1923, Portugal era um "mundo rural". "O tempo parecia lento, sobretudo nos espaços rurais, os nossos avós conheciam o automóvel, mas apenas de umas centenas, muito poucos tinham o ensino primário e raríssimos o secundário", retratou.
Na viagem ao passado, Marcelo lembrou ainda que "a Europa vivia os loucos anos 20 convencida de que sempre lideraria o universo" e que "os modernismos só podiam ser europeus".
"Como tantos dos responsáveis das nações pensavam que as fórmulas existentes eram mais eternas do que seriam e que se conseguiriam alongar por mais uns tempos em vez de anteciparem a sua mudança", detalhou.
Para Marcelo, "essa mudança era inevitável e mais valia prepará-la a deixar para improvisos ou acertos de última hora" e foram os que souberam "retirar lições do passado para o presente para evitar cometer erros iguais no futuro" que "acabariam por liderar o futuro".
Focado depois nos atuais problemas europeus e nacionais, Marcelo avisou que "tudo isso poderá suceder" se não forem introduzidas mudanças. Isto é, no entender do Chefe de Estado, o falhanço passado, que culminou no "fim dos impérios", será repetido se "nos mais diversos temas políticos, partidários, económicos e sociais, mesmo nos democráticos se demorarem eternidades a compreender que devem evoluir e reformar-se, reaproximar-se dos povos". "E desse modo não deixarem espaço para que outros preencham o vazio que vão deixando atrás de si", enfatizou.
"Tudo isto poderá suceder e mais depressa do que se possa pensar: a mudança submergir pântanos, revolver águas paradas, abrir comportas demasiado tempo encerradas. Ou não. Pelo contrário, a mudança chegar porque se prefere a antecipação ao conformismo, a abertura ao fechamento, a alteração das mentalidades, das instituições e das práticas ao situacionismo e à inércia", defendeu o Presidente da República.
Sem nunca se referir diretamente aos temas mais quentes da atual conjuntura política - como a educação e a saúde, por exemplo - Marcelo sugeriu que a democracia estará em causa "com a incapacidade e lentidão no superar da pobreza e desigualdades sociais, ou no reconhecimento do papel da muher, no das minorias migrantes", bem como "no papel dos jovens, que eram uma vanguarda [há cem anos] e hoje continuam mobilizados no país real, mas nem sempre representados no país oficial".
No discurso do 5 de Outubro deste ano, o Presidente da República evitou farpas mais diretas ao Governo, depois de nas últimas semanas a tensão entre Belém e São Bento ter subido de tom. Há um ano, o tema da dissolução e os poderes presidenciais marcaram a cerimónia.
No discurso da cerimónia que assinalou o 5 de Outubro, Marcelo Rebelo de Sousa alertou que "ou as instituições internacionais e domésticas mudam a bem ou mudarão a mal". "E mal porque tarde e atabalhoadamente", destacou.
O Chefe de Estado, começou a sua intervenção recuando há 100 anos para lembrar que, em 1923, Portugal era um "mundo rural". "O tempo parecia lento, sobretudo nos espaços rurais, os nossos avós conheciam o automóvel, mas apenas de umas centenas, muito poucos tinham o ensino primário e raríssimos o secundário", retratou.
Na viagem ao passado, Marcelo lembrou ainda que "a Europa vivia os loucos anos 20 convencida de que sempre lideraria o universo" e que "os modernismos só podiam ser europeus".
"Como tantos dos responsáveis das nações pensavam que as fórmulas existentes eram mais eternas do que seriam e que se conseguiriam alongar por mais uns tempos em vez de anteciparem a sua mudança", detalhou.
Para Marcelo, "essa mudança era inevitável e mais valia prepará-la a deixar para improvisos ou acertos de última hora" e foram os que souberam "retirar lições do passado para o presente para evitar cometer erros iguais no futuro" que "acabariam por liderar o futuro".
Focado depois nos atuais problemas europeus e nacionais, Marcelo avisou que "tudo isso poderá suceder" se não forem introduzidas mudanças. Isto é, no entender do Chefe de Estado, o falhanço passado, que culminou no "fim dos impérios", será repetido se "nos mais diversos temas políticos, partidários, económicos e sociais, mesmo nos democráticos se demorarem eternidades a compreender que devem evoluir e reformar-se, reaproximar-se dos povos". "E desse modo não deixarem espaço para que outros preencham o vazio que vão deixando atrás de si", enfatizou.
"Tudo isto poderá suceder e mais depressa do que se possa pensar: a mudança submergir pântanos, revolver águas paradas, abrir comportas demasiado tempo encerradas. Ou não. Pelo contrário, a mudança chegar porque se prefere a antecipação ao conformismo, a abertura ao fechamento, a alteração das mentalidades, das instituições e das práticas ao situacionismo e à inércia", defendeu o Presidente da República.
Sem nunca se referir diretamente aos temas mais quentes da atual conjuntura política - como a educação e a saúde, por exemplo - Marcelo sugeriu que a democracia estará em causa "com a incapacidade e lentidão no superar da pobreza e desigualdades sociais, ou no reconhecimento do papel da muher, no das minorias migrantes", bem como "no papel dos jovens, que eram uma vanguarda [há cem anos] e hoje continuam mobilizados no país real, mas nem sempre representados no país oficial".
No discurso do 5 de Outubro deste ano, o Presidente da República evitou farpas mais diretas ao Governo, depois de nas últimas semanas a tensão entre Belém e São Bento ter subido de tom. Há um ano, o tema da dissolução e os poderes presidenciais marcaram a cerimónia.