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Cristas quer CDS aberto a todos e a crescer com renovação
A candidata a presidente do CDS-PP desejou um partido "aberto", "a falar para todas as pessoas, sem excepção", para crescer, com renovação interna, ao chegar ao 26.º congresso democrata-cristão, em Gondomar.
"O objectivo do CDS é crescer o mais que puder, falar para todas as pessoas, sem exceção, de todas as idades", afirmou, defendendo que o facto de ser a única militante a tentar suceder ao histórico Paulo Portas e haver assim alguma unanimidade "é o que é", "positiva" e "um sinal" de que o partido está empenhado "em falar abertamente e com muita convicção para todo o país".
Relativamente à existência de um total de 10 moções apresentadas na reunião magna dos centristas, a deputada e ex-ministra do Mar e da Agricultura classificou-a como "sinal de dinamismo e vivacidade do CDS", prevendo um "debate muito animado" sobre os diversos documentos, "contributos", os quais complementam a sua própria moção.
"A renovação vai ficar evidente neste congresso e dessa renovação sairá certamente mais condição para nos afirmarmos eleitoralmente. O CDS mostrará que está aberto, que é capaz de se renovar nos órgãos e está empenhado em abrir-se a todos aqueles que, seja para militar, seja para estar connosco e reflectir e participar, se podem juntar daqui para a frente", disse.
Partido preparado para governar com o PSD
O vice-presidente do CDS João Almeida afirmou hoje que a sucessão na liderança "não põe em causa" o futuro do partido o qual, disse, deve preparar-se para "estar disponível" para governar novamente com o PSD.
"O que hoje discutimos, a sucessão na liderança, não põe de maneira nenhuma em causa o futuro do partido, pelo contrário, permitirá abrir um novo ciclo, um ciclo em que o CDS possa crescer", afirmou João Almeida, acrescentando que "o ciclo que hoje se começa a abrir no CDS será um ciclo de maior pragmatismo".
O centrista, que falava à chegada do 26.º Congresso do CDS-PP no qual irá apresentar uma moção com Adolfo Mesquita Nunes por uma "abertura e diversidade" no partido, defendeu ainda que o CDS-PP se tornou "mais resistente" a oscilações, sendo até "capaz de ser criativo, inventivo e mais moderno, como o PSD se calhar gostava de ser".
Também sobre a relação do CDS com o PSD, João Almeida assinalou que o partido liderado por Pedro Passos Coelho "tem de ser um parceiro de governo confiável como foi nos últimos quatro anos e de ser naturalmente o parceiro que poderá, no futuro, estar com o CDS a governar Portugal".
"Nós ganhamos eleições, não tivemos uma maioria suficiente para governar o país, mas fará sentido que num próximo ciclo político, PSD e CDS possam novamente governar. Cada um deve fazer o seu caminho mas é perfeitamente normal – e necessário para Portugal – que pensemos o país com uma alternativa em que os dois participem", realçou.
"Falar para o exterior"
Os vice-presidentes do CDS-PP Nuno Magalhães e Mota Soares defenderam hoje que o partido deve ter a capacidade de "falar para o exterior" e afirmar as suas ideias próprias, com a nova liderança de Assunção Cristas.
No mesmo sentido, o ‘vice’ da bancada parlamentar e antigo candidato à liderança do partido Telmo Correia sublinhou que "o normal do CDS é fazer o seu caminho individualizado e autónomo", do PSD e afirmou confiar na "liderança afirmativa" de Assunção Cristas para liderar o partido nessa autonomia.
"Espero que seja um Congresso de grande mobilização e a falar para o exterior", disse o ‘vice' Nuno Magalhães, que é líder parlamentar centrista, à entrada para o pavilhão multiusos de Gondomar, onde decorre a reunião magna do CDS-PP.
Para Nuno Magalhães, "o CDS deu uma prova de grande maturidade" ao unir-se em torno da candidatura de Assunção Cristas, que deverá ser a única candidata, embora exista a possibilidade formal de quem tenha apresentado uma moção de estratégia global apresentar-se, como candidato, até ao Congresso.
Questionado sobre o papel futuro de Paulo Portas, Magalhães respondeu que o partido vai poder contar com "o talento, com o brilhantismo, com a amizade e com o sentido de Estado" com líder cessante. "Paulo Portas vai andar por aqui", declarou.
Luís Pedro Mota Soares, vice-presidente ex-ministro da Segurança Social, afirmou que "não é um desafio novo no CDS mudar de um grande presidente para outro grande presidente", sublinhando que a novidade neste Congresso é passar para uma mulher presidente.
Mota Soares convergiu também na análise que "o CDS tem de se impor por si, pelas suas ideias, pelas suas soluções". As pessoas estão fartas de partidos que lutam uns contra os outros, querem partidos que lutem por elas", disse.
Nuno Melo diz esperar que Paulo Portas "continue por perto"
O vice-presidente do CDS-PP Nuno Melo disse que será no partido "o que o Congresso quiser" e manifestou confiança na capacidade de Assunção Cristas para substituir Paulo Portas, esperando que o líder cessante "continue por perto".
"Paulo Portas é um activo fundamental, essencial do CDS, espero que continue por perto porque Paulo Portas é um dos nossos. Qual era o partido que tendo Portas nos seus ativos gostava que se evaporasse? Ninguém. Paulo Portas é o melhor do CDS", afirmou Nuno Melo, à entrada para o 26.º Congresso do CDS-PP, que se realiza este fim de semana em Gondomar (Porto).
Questionado se não teme que Paulo Portas possa ser uma sombra para o partido, respondeu negativamente: "Só vive com sombras quem tem medo e nós não temos medo nenhum".
Sobre o seu papel neste Congresso, depois de se ter retirado da corrida à liderança, Nuno Melo disse que espera ser "um fator de unidade", ao fim de uma mudança de ciclo de 16 anos de liderança de Paulo Portas.
"O país precisa de um CDS que faça uma oposição capaz (…). O CDS deve-se concentrar nas batalhas que tem, e não são poucas, fora e não dentro, é isso que vou dizer a este congresso", assegurou.
"Nós temos um governo, que para além das questões de legitimidade que não discuto, não me parece manifestamente capaz, apresentando documentos orçamentais em que ninguém acredita", acrescentou.
Questionado se está disponível para se manter na vice-presidência do CDS, Nuno Melo respondeu que o seu papel no partido "vai ser aquele que o congresso quiser".
De Assunção Cristas, espera "um ciclo novo marcado por diferenças", até por ser "a primeira presidência de uma mulher" no CDS.
"Não tenho dúvida que a Assunção tem muita capacidade, vai fazer o partido com todos, renovar também", expressou.