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Costa satisfeito com saída de cena de Passos porque poderá falar com o PSD

Em entrevista à Antena 1, o primeiro-ministro acredita que a saída de Passos Coelho da presidência do PSD será positiva "porque finalmente vai-se poder falar com normalidade com o maior partido da oposição". António Costa garante que todas as carreiras na Função Pública serão descongeladas, inclusive dos professores.

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24 de Novembro de 2017 às 13:57
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Na entrevista concedida à Antena 1, que vai para o ar no sábado, em que António Costa sentiu a necessidade de vir a público garantir que a mudança do Infarmed para o Porto já estava decidida, o primeiro-ministro falou sobre outros temas da actualidade política e aproveitou para se mostrar satisfeito com a saída de Passos Coelho da presidência do PSD.

 

Para o líder socialista, a eleição de um novo presidente social-democrata é positiva "porque finalmente vai-se poder falar com normalidade com o maior partido da oposição". "Com a actual direcção do PSD era manifestamente impossível", diz António Costa que também lamenta a impossibilidade de diálogo com o CDS, que adoptou "uma linha de ataque político personalizado".

 

Ainda com a mira apontada ao PSD, o primeiro-ministro criticou a postura adoptada pelo maior partido da oposição na questão dos incêndios e sobre as conclusões da comissão de peritos nomeada pelo Parlamento.

 

"Acho absolutamente extraordinário que um partido como o PSD, que propôs a constituição da comissão, seja a primeiro a não apoiar o relatório da comissão e venha propor ao país a única medida que foi aliás chumbada pela própria comissão."

 


Costa: “A recuperação das áreas ardidas não é obra do espírito santo"
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António Costa, em entrevista à Antena1, realça que o governo não precisa de ser lembrado de que houve um problema para "responder" porque "a recuperação das áreas ardidas não é obra do espírito santo".

Costa acusou ainda o partido presidido por Passos de ter feito aproveitamento político da tragédia dos incêndios: "Houve comportamento políticos absolutamente lamentáveis ao longo destes meses, de exploração de uma tragédia para fins políticos", disse o primeiro-ministro que considera que tal acção "compromete gravemente a credibilidade de relacionamento entre o Governo e o PSD".

 

O que leva o secretário-geral do PS a concluir que "felizmente estamos num processo de mudança de liderança no PSD".

 

O Presidente da República também não escapou aos recados [indirectos] deixados por Costa. A propósito da acção governativa na reabilitação das áreas, pessoas e empresas atingidas pelos incêndios, garantiu que "nós não estamos à espera que nos lembrem que houve um problema, nós sabíamos bem que houve um problema e qual é a nossa missão, que é responder", apontando as habitações já reconstruídas ou as empresas que retomaram laboração.

No que concerne às indemnizações, recordou que "na próxima semana, a comissão que foi constituída para definir os critérios, entregará a proposta de definição de critérios indemnizatórios".  

 

E questionado sobre se o alegado deteriorar da relação com Marcelo Rebelo de Sousa poderá, a prazo, colocar em causa a sua permanência como chefe do Governo, António Costa notou que "a minha continuidade como primeiro-ministro depende da Assembleia da República", sinalizando ainda não ter "nenhuma razão para recear" que a maioria parlamentar que suporta o Executivo socialista "esteja em risco, pelo contrário".

 

"Todas as carreiras na Administração Pública vão ser descongeladas"

A propósito da polémica relacionada com o descongelamento das carreiras docentes, Costa afiançou que "todas as carreiras na Administração Pública vão ser descongeladas no próximo dia 1 de Janeiro, inclusive a dos professores". O governante reitera que "47 mil professores, já em 2018, vão ver a sua situação valorizada por via da progressão na carreira".

 

António Costa deixou elogios à atitude negocial demonstrada pelo secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, que revelou uma "posição bastante construtiva" ao explicar que "é demagógico estar a dizer [que a actualização salarial da classe] tinha um impacto de 600 milhões de euros no Orçamento" porque os "sindicatos não reivindicaram que tivesse um impacto imediato no Orçamento de 2018".

 


Primeiro-ministro elogia Mário Nogueira
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António Costa, em entrevista à Antena1, afirma que seria um erro que o Governo se fechasse à negociação, que está marcada para 15 de Dezembro. E elogia até Mário Nogueira por não ceder à demagogia.

Preferindo não "alimentar falsas expectativas", Costa quer "encontrar soluções construtivas" no futuro, que têm de ser encontradas com "consciências das limitações que o país tem para poder responder a tudo o quer aconteceu" durante a crise financeira e consequente resgate da troika.

 

O importante não é o diabo não ter chegado, é garantir que não virá

 

Sobre a possibilidade de as reversões prosseguidas pela actual solução de Governo poderem, em caso de nova emergência financeira, serem novamente revertidas, Costa disse que "a melhor garantia de que aquilo que conquistámos nestes dois anos é irreversível é a de que vamos continuar a ter uma gestão orçamental responsável como a que temos tido ao longo destes dois anos".

 

"Porque não nos basta que o diabo não tenha vindo, é preciso garantir que o diabo não vem no futuro", atirou numa alusão à expressão de Pedro Passos Coelho.

 

O primeiro-ministro também abordou os pagamentos antecipados ao Fundo Monetário Internacional (FMI), com Costa a notar que face ao Programa de Estabilidade apresentado em Março, o valor inscrito no Orçamento do Estado para 2018  garante uma poupança de 800 milhões de euros em juros da dívida.

 

Devido à "redução da dívida", à "melhoria do rating da República" e à tendência de queda dos juros da dívida pública, António Costa constatou que tem sido possível "diminuir os nossos custos com a dívida".

 

No entanto, apesar dos pagamentos antecipados, a dívida ao FMI não será "totalmente liquidada até ao final da [actual] legislatura", diz Costa, que salienta a inversão da trajectória da dívida que em 2017 cairá para 126% do PIB e para 123% no próximo ano, segundo previsto no Orçamento.

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