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Cavaco Silva: “Mais cedo ou mais tarde, um compromisso interpartidário alargado será imposto pela evolução da realidade política”

Presidente da República lamentou este Domingo que não tenha sido possível alcançar o compromisso de salvação nacional que propôs, mas acredita que tenham sido lançadas as sementes para tal ser alcançado no futuro, até porque esse acordo por acabar por vir a ser imposto.

Miguel Baltazar
21 de Julho de 2013 às 21:52
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Na comunicação em País em que manteve o actual Governo em funções, o Presidente da República gastou grande parte do seu discurso a justificar a comunicação de 10 de Julho, quando pediu o compromisso de salvação nacional, repetindo que esta era melhor solução para a “ resolução dos problemas nacionais, numa perspectiva imediata, mas também num horizonte temporal de médio prazo”.

 

Para Cavaco Silva, a obtenção desse acordo daria aos parceiros internacionais a “perspectiva, num horizonte temporal alargado, de que somos um País dotado de estabilidade política, que segue uma estratégia coerente de desenvolvimento sustentável” e serviria também para afastar a “ideia de que somos um País em que, quando muda o Governo, mudam as orientações fundamentais em matéria de política económica, como a sustentabilidade da dívida pública e o controlo do endividamento externo. No fundo, afastaríamos a ideia de que somos um País imprevisível”.

 

Apesar de ter fracassado este acordo após oito reuniões em seis dias entre PS, PSD e CDS, o

Mais cedo ou mais tarde, um compromisso interpartidário alargado será imposto pela evolução da realidade política, económica e social do País, tal como se verifica na generalidade dos países europeus de média dimensão
 
Cavaco Silva

Presidente da República salientou a “importância histórica desta nova atitude de abertura ao diálogo” por parte dos três partidos, bem como do “reconhecimento público da necessidade de alcançar entendimentos alargados em torno de matérias determinantes do nosso futuro colectivo”.

 

“Não se alcançou a solução ideal, mas todos reconheceram a importância de uma cultura política de compromisso”, disse Cavaco Silva, destacando que “não quero recriminar nenhum partido”.

 

O Presidente da República acredita que este diálogo entre os três partidos fez com que fossem “lançadas sementes e que essas sementes irão frutificar no futuro”.

 

Cavaco Silva está mesmo convicto que esse acordo entre os partidos acabará por acontecer no futuro. “Mais cedo ou mais tarde, um compromisso interpartidário alargado será imposto pela evolução da realidade política, económica e social do País, tal como se verifica na generalidade dos países europeus de média dimensão”, afirmou.

 

O Presidente da República sinaliza que estará a referir-se ao período pós-troika, pois se no memorando de entendimento está a assinatura do PS, PSD e CDS, quando este for concluído, poderá ser necessário um novo acordo entre os partidos do arco da governação, para que os credores internacionais continuem a apoiar Portugal. Se o país evitar um segundo resgate, será necessário um programa cautelar, de modo que o BCE apoie o regresso pleno de Portugal aos mercados. 

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