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Catarina Martins: Tivesse o Bloco mais força e o Banif não teria ido para o Santander

A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, enalteceu hoje o resultado do partido nas últimas legislativas, mas reconheceu que se o partido tivesse mais força o Banif "não teria sido entregue ao Santander".

Miguel Baltazar/Negócios
25 de Junho de 2016 às 12:53
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"Tivesse o Bloco tido mais força e o Banif não tinha sido entregue ao Santander. Tivesse o Bloco mais força e o governador do Banco de Portugal não continuava a assustar o país com ameaças de colapso bancário umas atrás das outras. Tivesse o Bloco mais força e Portugal não tinha assinado com a Turquia a vergonha do acordo anti-humanitário que é o contrário do que a Europa tinha que fazer", sustentou a porta-voz bloquista, aplaudida por centenas de militantes e apoiantes em Lisboa.

 

Catarina Martins falava no pavilhão desportivo do Casal Vistoso na sessão de abertura da X Convenção do Bloco de Esquerda, que hoje e no domingo decorre na capital portuguesa.

E frisou: "O Bloco teve 10% nas eleições [legislativas de outubro de 2015], determinamos a maioria mas não temos ainda a força para fazer o governo", e "falta muito, falta mesmo o mais difícil" - o partido, assevera, irá continuar a sua intervenção na defesa, por exemplo, do emprego e dos pensionistas, sempre considerando as linhas vermelhas traçadas com o PS para a viabilização do executivo.

 

Num discurso de aproximadamente 25 minutos, e aplaudido de pé no final, Catarina Martins reiterou que o Bloco é a "garantia da luta pelo emprego, pelo salário, pela pensão".

 

"Somos essa garantia a cada dia que passa na convergência parlamentar em que estamos empenhados. Mas para sermos sustentadamente essa garantia, este é o tempo de preparar o futuro", vincou, acrescentando que a Convenção que hoje arrancou irá "preparar as respostas que contam, para as lutas mais duras".

 

E concretizou: "A política que responde pelo seu país tem de preparar todos os cenários. Ficar à espera de ventos bons de Bruxelas ou Berlim não é só irrealista. É perigoso".

 

A porta-voz do Bloco anunciou também que há já um acordo com o executivo para se "acabar com a humilhação da obrigação das apresentações quinzenais" dos desempregados nos centros de emprego.

 

"E lembro que em Julho entra em vigor o automatismo na atribuição da tarifa social da luz e gás, talvez a medida de maior impacto social dos últimos tempos", acrescentou, dirigindo-se aos presentes na convenção.

 

O Bloco admite que está ainda "longe" de acontecer tudo o que Portugal precisa: "Nesta sala não há nenhuma ilusão, por isso dizemos ao país que é assim mesmo: estamos ainda longe do tanto que precisamos de fazer. Queremos mais!", pediu Catarina Martins.

 

E, virando-se para o espaço europeu mas também para o Governo do PS, atirou: "Se a política nacional é hoje determinada pelo campo do que Bruxelas decide como possível, como responde a esquerda à Europa hoje? Pode responder pelo emprego quem afirma a prioridade aos compromissos europeus, como faz o PS?".

 

Antes do discurso, o BE estreou um vídeo com imagens dos últimos meses da actividade do partido - campanha das legislativas e das presidenciais, manifestações e acções de rua -, com enfoque no debate televisivo com o agora primeiro-ministro, António Costa, no qual Catarina Martins traçou as linhas vermelhas para um eventual acordo à esquerda.

 

"Eu cá estarei para conversar sobre um Governo que possa salvar o país", dizia então a porta-voz do BE a Costa, frase que passou várias vezes no vídeo.

 

No mesmo vídeo foi ainda reproduzida parte do discurso da noite eleitoral, na qual a líder bloquista enalteceu o resultado do BE, que passou a terceira força política no parlamento com 19 deputados, afirmando que os bloquistas tinham agora "mais votos e mais força que nunca".

 

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