“Em dois dias seguidos dois ministros de Estado demitiram-se. Não vejo que haja nenhuma possibilidade que este Governo tenha condições para se manter em funções”, afirmou o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP). João Machado acredita que tem de haver “uma nova solução” de Executivo para o País, avançou ao Negócios.

Uma solução que, reconhece, preferia que fosse encontrada dentro dos partidos mais votados e que constituíram o Governo de coligação que saiu da votação legislativa de 5 de Junho de 2011.

Para João Machado era melhor que a actual situação “não levasse a eleições outra vez”. Mas, se por acaso as houver, acrescentou, o melhor era que coincidissem com a ida dos eleitores portugueses às urnas a 29 de Setembro próximo, por causa das eleições autárquicas.

A direcção da CAP (cuja criação e actual direcção é tida como próxima do CDS-PP) assume que foi “completamente apanhada de surpresa” com a saída “do ministro dos Negócios Estrangeiros e Ministro de Estado”, Paulo Portas (do CDS), anunciada oficialmente esta terça-feira.

João Machado reconhece que a escolha de Maria Luís Albuquerque não seria a prioridade da lista da CAP. Eleger a secretaria de Estado de Vitor Gaspar era uma solução “não nos parceria uma boa ideia”, afirmou, adiantando que “uma opção fraca para a manutenção das políticas” que a CAP, em termos de austeridade, “não defende”.

“Neste sentido, compreendemos a decisão que o CDS tomou”, quando o seu líder decidiu pedir a demissão do Governo de coligação, descritas na carta de Paulo Portas. “São razões ponderosas” as apresentadas, afirma João Machado.