Notícia
Assis diz que Governo tem "liberdade muito condicionada"
Crítico de Costa falou no Congresso do PS mantendo a oposição à solução governativa de esquerda. Francisco Assis lamenta a sua "solidão política que se reveste sempre de uma dose de crueldade". O eurodeputado socialista justifica a oposição à actual solução governativa com o facto de este Governo ter uma "liberdade muito condicionada".
04 de Junho de 2016 às 18:52
Francisco Assis chegou ao Congresso socialista assumidamente isolado para insistir na convicção de que o Governo do PS tem a "liberdade muito condicionada". A actual solução governativa "é certo que nos permitiu chegar ao poder, mas permitiu sobretudo a outros condicionar o exercício desse poder", criticou o eurodeputado socialista que identifica divergências "inultrapassáveis" com as forças de esquerda que no Parlamento suportam o Executivo liderado por António Costa. Estas primeiras palavras suscitaram alguns apupos a Assis.
"Em tudo o que é essencial divergimos do BE e do PCP (...) Na análise, no discurso e muito no projecto", prosseguiu Assis que identifica uma contradição a que atribui "especial importância: a que tem a ver com a questão europeia [porque] a extrema-esquerda permanece fiel à sua retórica anti-europeia".
Até porque para o ex-candidato à liderança do PS "se há um vírus ideológico verdadeiramente perturbador e grave é precisamente esse vírus do radicalismo anti-europeu, que regressa hoje em alguns discursos em Portugal".
No essencial, Assis considera que "soubemos sempre enfrentar a tentação soberanista da direita e a pulsão extremista da esquerda-radical", pelo que "temos de combater este neo-populismo anti-europeu".
Mas apesar de manter firme a sua oposição à opção escolhida pela actual direcção socialista, Francisco Assis diz-se "convencido que nos momentos decisivos no futuro, nesta matéria, saberemos estar à altura da nossa responsabilidade histórica".
O isolamento de Assis
No início da intervenção, Francisco Assis admitiu que posição crítica que tem assumido relativamente à maioria de esquerda o "condena a um certo quadro de isolamento no partido", que disse experimentar "todos os dias".
"A solidão política reveste-se sempre de alguma dose de crueldade", lamentou. No final do discurso, o eurodeputado disse que não estava à espera de ser aplaudido pelos militantes socialistas, mas que ficou satisfeito por ser ouvido.
Quem o ouviu foi também António Costa, líder do PS, que no final da intervenção de Assis se juntou aos aplausos quase unânimes.
(Notícia actualizada às 19:11)
"Em tudo o que é essencial divergimos do BE e do PCP (...) Na análise, no discurso e muito no projecto", prosseguiu Assis que identifica uma contradição a que atribui "especial importância: a que tem a ver com a questão europeia [porque] a extrema-esquerda permanece fiel à sua retórica anti-europeia".
No essencial, Assis considera que "soubemos sempre enfrentar a tentação soberanista da direita e a pulsão extremista da esquerda-radical", pelo que "temos de combater este neo-populismo anti-europeu".
Mas apesar de manter firme a sua oposição à opção escolhida pela actual direcção socialista, Francisco Assis diz-se "convencido que nos momentos decisivos no futuro, nesta matéria, saberemos estar à altura da nossa responsabilidade histórica".
O isolamento de Assis
No início da intervenção, Francisco Assis admitiu que posição crítica que tem assumido relativamente à maioria de esquerda o "condena a um certo quadro de isolamento no partido", que disse experimentar "todos os dias".
"A solidão política reveste-se sempre de alguma dose de crueldade", lamentou. No final do discurso, o eurodeputado disse que não estava à espera de ser aplaudido pelos militantes socialistas, mas que ficou satisfeito por ser ouvido.
Quem o ouviu foi também António Costa, líder do PS, que no final da intervenção de Assis se juntou aos aplausos quase unânimes.
(Notícia actualizada às 19:11)