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Relato mostra que compras do BCE eram o "único instrumento que sobrava"
Avançar com as compras de dívida soberana era a última solução suficientemente poderosa. Esta foi a leitura de grande parte dos responsáveis na última reunião do BCE, revela o relato divulgado esta quinta-feira, que esclarece também que 20% dos activos ficarão sujeitos a partilha de risco.
As compras de dívida soberana pelo Banco Central Europeu eram a última alternativa. Esta era a perspectiva de "um grande número de membros", na mais recente reunião de política monetária da instituição europeia, segundo o relato tornado público esta quinta-feira, 19 de Fevereiro.
"As compras de dívida soberana pareceram ser o único instrumento que sobrava com poder suficiente para dar o estímulo monetário suficiente, de modo a alcançar o objectivo do BCE de estabilidade dos preços", releva o documento divulgado, relativo à reunião de política monetária de 22 de Janeiro. Foi neste encontro do Conselho de Governadores que o banco central liderado por Mario Draghi aprovou a extensão do já existente programa de compra de activos à divida soberana, com o objectivo de ascender a 60 mil milhões de euros por mês.
O relato mostra que, com esta medida, os responsáveis do banco central esperavam obter "uma compressão dos juros da dívida soberana na Zona Euro". No fim, esclarece, o objectivo era "levar a uma flexibilização nas condições de todas as fontes de financiamento, incluindo aquelas que são relevantes para as condições de financiamento das famílias e empresas não financeiras da Zona Euro".
Já no que toca à forma como o programa será conduzido, o documento refere que 20% das compras ficarão sujeitas a partilha de risco. Entre estas, 8% serão de dívida soberana e 12% de dívida supranacional. Por outro lado, os restantes 80% dos activos ficarão sob a responsabilidade dos respectivos bancos centrais nacionais.
(Correcção da notícia às 15h58, corrigindo a informação relativamente à partilha de risco das compras de dívida soberana)