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Draghi já vê efeitos dos estímulos BCE ainda antes de comprar activos

Crédito ao sector privado entrou em terreno positivo em Dezembro pela primeira vez desde meados de 2012, afirmou o presidente do BCE no Parlamento Europeu.

25 de Fevereiro de 2015 às 19:03
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O presidente do BCE está confiante nos efeitos do seu programa de compras de activos, cuja implementação em larga escala chegará ao terreno em Março. Na apresentação e discussão no Parlamento Europeu do relatório anual do banco referente a 2013, Mario Draghi afirmou até que os efeitos já se estão a sentir, mesmo antes de a autoridade monetária começar a comprar dívida pública.

 

"Como no caso das compras de activos do sector privado que já estão a acorrer, as compras de activos do sector público têm um elevado potencial de transmissão à economia real", afirmou na câmara parlamentar europeia, acrescentando que a compra de dívida pública "irá suportar adicionalmente uma melhoria das condições financeiras na Zona Euro".

 

Mas em Frankfurt até já se vêem indicadores encorajadores, afirmou o presidente do BCE perante os eurodeputados. "Na verdade, já vemos alguns efeitos positivos das nossas medidas", continuou, para concretizar que "as taxas de juro de empréstimos a famílias e empresas desceram consideravelmente. As dinâmicas de crédito começaram a recuperar, com o crescimento do crédito ao sector privado a entrar em terreno positivo em Dezembro pela primeira vez desde meados de 2012.

 

Além disso, os resultados do recente inquérito ao crédito bancário de Janeiro de 2015 fornecem sinais positivos, mostrando melhorias adicionais nas condições de crédito para todas as categorias de crédito no quarto trimestre de 2014", explicitou o presidente do BCE, para sublinhar ainda os sinais positivos na confiança de consumidores e empresários.

 

Mario Draghi aproveitou ainda a visita ao Parlamento para afirmar o seu compromisso com a transparência e responsabilização do BCE pelas suas actividades, o que entende ser ainda mais importante com os novos poderes ganhos em Frankfurt, nomeadamente na supervisão europeia. Nessa medida, considerou que o Mecanismo Único de Supervisão (MUS) tem estado empenhado em assumir as suas novas responsabilidades e que evidenciou também a recente decisão de avançar com a publicação dos relatos das reuniões do BCE.

 

Sucesso de longo prazo da UEM ainda está em risco

 

O presidente do BCE defendeu perante os deputados a importância de a União Monetária Europeia aprofundar os seus mecanismos de governação comum, sob pena de ficar em risco face a futuros choques.

 

"Ainda não chegámos a uma União Económica e Monetária genuína. A convergência económica não foi sustentada como esperado no início. Isto põe em risco o sucesso de longo prazo da união monetária quando confrontada com um choque importante", avaliou Draghi, defendendo evoluções em duas dimensões: no curto e médio prazo, os Estados-membros têm de manter finanças públicas sãs e manter um espírito reformador; no longo prazo, no entanto, a UEM tem de evoluir para instituições comuns de governação económica. "Uma regra comum é apenas tão forte quanto a instituição comum que pode implementar", afirmou.

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