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Mnuchin garante que Trump não vai demitir presidente da Fed

O Secretário do Tesouro dos EUA publicou vários tweets para descansar os mercados sobre as intenções do presidente dos Estados Unidos com o destino de Jerome Powell.

EPA
23 de Dezembro de 2018 às 12:12
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A imprensa norte-americana avançou no sábado que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discutiu em privado a demissão do presidente do banco central pela sua decisão de aumentar as taxas de juro.

 

Mas este cenário, que prometia incendiar ainda mais a tensão negativa que se vive nos mercados, não se deverá concretizar (pelo menos para já). Foi o próprio Donald Trump que o disse ao secretário de Estado do Tesouro, sem esconder que pensou no tema, mas admitindo que não tem base legal para o fazer.

 

Em dois tweets publicados no final do dia de ontem, Steve Mnuchin cita a conversa que teve com Donald Trump. O presidente dos Estados Unidos disse ao Secretário do Tesouro que está "totalmente contra" a política monetária da Fed, mas que não vai demitir Jerome Powell.

 

"Nunca sugeri demitir o presidente Jay Powell, nem acredito que tenho o direito de o fazer", disse Trump, de acordo com o tweet do seu secretário do Tesouro (equivalente a ministro das Finanças em Portugal). Mas o presidente dos EUA também reforçou as críticas à política monetária que está a ser implementada pela Fed. "Penso que a subida das taxas de juro e a redução do balanço são coisas terríveis para fazer nesta altura".


Os tweets de Mnuchin visam acalmar os mercados bolsistas, que na semana passada registaram o pior desempenho desde 2011 a nível global. De acordo com a Bloomberg, foram vários os políticos e responsáveis dos mercados que contactaram Trump no sábado para demover o presidente dos EUA de demitir o presidente da Fed, algo que nunca aconteceu na história da maior economia do mundo.

 

Ainda assim a imprensa norte-americana dá conta que a Casa Branca demorou mais de 12 horas a reagir às notícias de demissão de Powell e que o próprio Trump não abordou o assunto em público apesar de continuar muito activo no Twitter.

 

A Bloomberg, um dos meios que avançou com a notícia do objectivo de Trump afastar Powell, dá conta que vários conselheiros do presidente dos EUA advertiram para as consequências desastrosas de tal medida inédita. Na Casa Branca espera-se que o tema acalme nos próximos dias e que "fúria" de Trump com a Fed se dissipe nos próximos dias, avança a agência.

  

Peter Conti-Brown, professor da Wharton School e autor de livros sobre a independência da Fed, disse à Bloomberg que será o "caos" nos mercados financeiros se Trump avançar com a demissão do líder da Fed.

 

"A lei não é clara. Trump pode provavelmente nomear um governador da Fed para o cargo de presidente, mas nunca demitir o Governador. Tal iria violar a lei, mas a lei e Trum não são os melhores amigos", afirmou.

 

Wall Street registou a maior queda semanal desde 2008, agravada pelo aumento das taxas de juro, a ameaça de bloqueio do governo norte-americano, a guerra comercial e os receios de uma desaceleração económica nos Estados Unidos.

Um historial de críticas à Fed

Ao contrário dos seus antecessores, Trump critica muitas vezes as decisões da Reserva Federal, tendo afirmado na semana passada que aumentar as taxas de juro seria um erro.

 

Ainda no dia anterior ao anúncio da quarta subida de juros do ano, Trump pediu à Fed para não subir as taxas de juro. "É incrível que com um dólar muito forte e praticamente sem inflação, com o mundo a explodir à nossa volta, Paris a arder e a China em queda, a Fed esteja sequer a considerar mais uma subida de juros", escreveu Donald Trump no Twitter.

 

Há meses que o presidente norte-americano critica a trajectória da política monetária adoptada pelo líder do banco central, acusando Jerome Powell de penalizar o crescimento da economia com a subida dos juros.

 

Em Outubro, Trump afirmou que a Fed estava a "cometer um enorme erro" ao manter o ritmo de normalização da política monetária. Disse ainda que os governadores do banco central estavam "doidos" e que a política da instituição é "demasiado agressiva". 

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