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Wall Street afunda para mínimos de 20 meses após tweets de Trump e Mnuchin

Apesar de mais curta, a sessão em Wall Street voltou a ser de "sell off". Os investidores estão confusos com os sinais que vêem de Washington.

Nem o Natal afastou o "sell off" de Wall Street Reuters
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Os principais índices norte-americanos fecharam em forte queda esta segunda-feira, 24 de Dezembro, uma sessão que foi mais curta que o habitual devido ao facto de ser véspera de Natal (o fim da negociação aconteceu às 13 horas locais, 18 horas de Lisboa).

Mas nem a época natalícia acalmou as preocupações dos investidores, que estão a fugir do mercado accionista como há muito tempo não se via. Foi a quarta sessão consecutiva de quedas acentuadas, depois de o S&P500 ter completado, na sexta-feira, a sua pior semana desde 2011.

 

Na sessão de hoje o índice industrial Dow Jones desceu 2,91% para 21.792,20 pontos e o tecnológico Nasdaq desvalorizou 2,21% para 6.192,92 pontos. Já o S&P500 caiu 2,71% para 2.351,1 pontos.

 

Os índices norte-americanos estão a negociar em mínimos de Abril de 2017 e prepraram-se para sofrer em Dezembro a queda mensal mais acentuada desde a crise financeira de 2008. Pode até ser a mais forte desde a grande depressão dos anos 30. Acresce que desde 2015 que Wall Street não sofria quatro quedas seguidas de intensidade tão forte.

O índice do dólar desce 0,5% e as matérias-primas estão a afundar. O West Texas Intermediate, em Nova Iorque, desce 3,4% para 44,05 dólares, o que corresponde a um mínimo de três anos.
 

Confusão em Washington

 

A penalizar as bolsas continuam os receios em torno do crescimento global, a que se juntam as preocupações com o shutdown do governo norte-americano, que poderá prolongar-se até Janeiro.

Mas no epicentro do "sell off" de hoje estiveram os sinais contraditórios que vieram de Washington, já que persiste os receios de que Trump pretende demitir o presidente da Fed e o Secretário do Tesouro fez uma comunicação pouco habitual sobre a saúde financeira dos bancos numa altura em que esta não era uma preocupação.  

 

No sentido de tentar acalmar os mercados, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steve Mnuchin, contactou os presidentes executivos dos seis maiores bancos norte-americanos para tentar perceber qual o impacto das recentes quedas acentuadas em Wall Street nas instituições financeiras, de acordo com um tweet do responsável, publicado no domingo. 

 

"Os CEO confirmaram que têm muita liquidez disponível", segundo o comunicado que foi divulgado em conjunto com o tweet de Mnuchin. O secretário do Tesouro também "confirma que não se verificou qualquer problema relativamente às margens e que os mercados continuam a funcionar de forma adequada".

 

Fontes de mercado ouvidas pela CNN adiantam que o tweet de Mnuchin foi despropositado e que só contribuiu para agravar o nervosismo dos investidores. Todos os maiores bancos norte-americanos fecharam a perder na sessão de hoje em Wall Street.

 

"Este é o tipo de anúncios que levanta a questão se o Tesouro está a ver problemas que estão a escapar ao resto do mercado", disse Jaret Seiberg, analista da Cowen & Co.

Mnuchin também garantiu, num tweet, que apesar de o presidente dos EUA estar "totalmente contra" a política monetária da Fed, não vai demitir Jerome Powell.

 

"Nunca sugeri demitir o presidente Jay Powell, nem acredito que tenho o direito de o fazer", disse Trump, de acordo com o tweet do seu secretário do Tesouro.

 

Mas esta tarde o presidente dos Estados Unidos voltou a recorrer ao Twitter para criticar a Fed, o que levou os investidores a duvidar das intenções de Trump sobre o líder da Fed.

"O único problema da nossa economia é a Fed", escreveu Trump. Os índices norte-americanos aceleraram as perdas depois do tweet. 

 

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