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Mario Draghi: "Discutimos a compra de dívida pública e privada"

O presidente do Banco Central Europeu admitiu esta quinta-feira que a compra de dívida pública e privada, conhecida como "quantitative easing" (programa de expansão monetária), foi hoje discutida na reunião do Conselho de Governadores, existindo unanimidade em torno da necessidade de utilizar mais medidas não convencionais.

Bloomberg
03 de Abril de 2014 às 14:52
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"Existe unanimidade no Conselho de Governadores em torno de um compromisso para a utilização também de medidas não convencionais para lidar com um longo período de inflação baixa", afirmou Mario Draghi no final da reunião do Conselho de Governadores do banco central desta quinta-feira, 3 de Abril.

 

O banqueiro central disse ainda que as medidas convencionais não estão esgotadas, mas que "todos os instrumentos dentro do mandato, incluindo o 'quantitative easing'" (compra de dívida pública e privada), estão disponíveis. Draghi foi mais longe e revelou mesmo que "houve discussão sobre o 'quantitative easing'' na reunião de hoje.

 

O "quantitative easing" designa a operação de compra de activos públicos e privados no mercado por um banco central, normalmente quando já não tem muita margem para descer mais a taxa de juro de referência. A Reserva Federal norte-americana fê-lo para responder à crise, mas o BCE tem-se recusado a seguir essa via, limitando-se a comprar títulos de dívida pública. Alguns economistas têm argumentado que o BCE deveria ser mais agressivo na utilização de medidas não convencionais, num contexto de retoma frágil, dinâmica muito débil do mercado de crédito e risco de deflação na Zona Euro. Uma medida que podia ser especialmente relevante para países periféricos, como Portugal.

 

Draghi argumentou hoje que é necessário reflectir sobre a forma como o "quantitative easing" poderia ser desenhado para a Europa. "A nossa arquitectura institucional é muito diferente da dos Estados Unidos. Aí o efeito é imediato em todos os preços de activos porque é uma economia baseada no mercado de capitais. No nosso caso, é baseada em empréstimos bancários", afirmou.

 

Estas declarações de Mario Draghi surgem uma semana depois de Jens Weidmann, presidente do banco central alemão, defender a utilização de mais medidas não convencionais, dizendo que são "um território em grande parte inexplorado". Sobre o "quantitative easing", em concreto, admitiu que não deve ser descartado.

 

O Conselho de Governadores decidiu hoje manter as taxas de juro inalteradas, deixando a taxa de referência nos 0,25%.

 

* O jornalista viajou a Frankfurt a convite da Comissão Europeia

 

(Notícia actualizada às 15h24)

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