Notícia
Inflação acima de 2%? "Sabemos que vai haver desvios a essa meta. E isso é ok"
A revisão da estratégia do BCE pressupõe simetria no campo da inflação, o que permite que este indicador se situe acima dos 2% transitoriamente – tal como está a acontecer, e se espera que continue a verificar-se, na segunda metade deste ano.
08 de Julho de 2021 às 14:43
Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), esclarece que a nova meta simétrica para a inflação de 2% foi desenhada precisamente para permitir que este indicador possa rondar acima deste patamar por alguns períodos específicos de tempo, como o atual, em que se prevê que os preços subam no segundo semestre deste ano.
"Sabemos que 2% não vai ser uma meta constante. Sabemos que vai haver desvios a essa meta. E isso é ok", garante Lagarde, líder da instituição, na conferência de imprensa que se seguiu à apresentação dos resultados desta revisão à estratégica do banco.
Na Zona Euro, a inflação acelerou para os 2% em maio, tendo voltado a recuar para os 1,9% em junho. Ainda assim, tendo em conta a atual recuperação económica e alguns efeitos pontuais (como por exemplo a escassez de alguns componentes nas cadeias de produção), espera-se que este indicador supere o referencial dos 2% no segundo semestre do ano.
A simetria agora definida na estratégia do BCE permite que essa escalada seja vista de forma mais tranquila pelo banco central. Lagarde explicou que o banco central reconhece que há um elemento de "armadilha" quando a inflação se aproxima dos valores mais baixos, uma vez que poderá incorporar-se na expectativa dos agentes económicos a ideia de uma descida dos preços no futuro. "Queremos evitar que os desvios negativos fiquem incorporados nas expectativas", reforçou a presidente do BCE.
Para evitar que isso aconteça, o BCE assume a necessidade de uma "reação persistente" que poderá implicar que por curtos períodos a inflação observada ultrapasse, na prática, a meta definida. "A nossa reação persistente pode implicar num período temporário inflação que é acima de 2%", admitiu Lagarde.
O banco central resolve assim as dúvidas que se têm colocado sobre a sua sensibilidade, e reatividade, a uma inflação um pouco mais elevada na segunda metade deste ano. Uma retirada antecipada dos estímulos poderia prejudicar a força da retoma económica.
Mas aquilo que se tem verificado depois da crise financeira, é que a inflação na região tem estado quase sempre muito aquém deste patamar. Questionada sobre a tolerância que o banco terá a mais "falhanços" em atingir os 2%, Lagarde explica que o BCE tem agora mais liberdade para tomar medidas fortes em caso de um choque negativo, para evitar que as expectativas de inflação fiquem muito aquém.
Para o final deste ano, o BCE vê o indicador a terminar o ano nos 1,9% - face à anterior projeção de 1,5% -, para em 2022 passar para 1,5% (contra os anteriores 1,2%) e ficando em 2023 nos 1,4%.
"Sabemos que 2% não vai ser uma meta constante. Sabemos que vai haver desvios a essa meta. E isso é ok", garante Lagarde, líder da instituição, na conferência de imprensa que se seguiu à apresentação dos resultados desta revisão à estratégica do banco.
A simetria agora definida na estratégia do BCE permite que essa escalada seja vista de forma mais tranquila pelo banco central. Lagarde explicou que o banco central reconhece que há um elemento de "armadilha" quando a inflação se aproxima dos valores mais baixos, uma vez que poderá incorporar-se na expectativa dos agentes económicos a ideia de uma descida dos preços no futuro. "Queremos evitar que os desvios negativos fiquem incorporados nas expectativas", reforçou a presidente do BCE.
Para evitar que isso aconteça, o BCE assume a necessidade de uma "reação persistente" que poderá implicar que por curtos períodos a inflação observada ultrapasse, na prática, a meta definida. "A nossa reação persistente pode implicar num período temporário inflação que é acima de 2%", admitiu Lagarde.
O banco central resolve assim as dúvidas que se têm colocado sobre a sua sensibilidade, e reatividade, a uma inflação um pouco mais elevada na segunda metade deste ano. Uma retirada antecipada dos estímulos poderia prejudicar a força da retoma económica.
Mas aquilo que se tem verificado depois da crise financeira, é que a inflação na região tem estado quase sempre muito aquém deste patamar. Questionada sobre a tolerância que o banco terá a mais "falhanços" em atingir os 2%, Lagarde explica que o BCE tem agora mais liberdade para tomar medidas fortes em caso de um choque negativo, para evitar que as expectativas de inflação fiquem muito aquém.
Para o final deste ano, o BCE vê o indicador a terminar o ano nos 1,9% - face à anterior projeção de 1,5% -, para em 2022 passar para 1,5% (contra os anteriores 1,2%) e ficando em 2023 nos 1,4%.