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Lagarde antecipa um BCE dividido já na próxima semana
A primeira reunião de política monetária depois da definição de uma nova estratégia está agendada para a próxima quinta-feira. Esperam-se divisões internas, admite a presidente Christine Lagarde, ao Financial Times.
Negócios
13 de Julho de 2021 às 12:10
A nova estratégia do Banco Central Europeu (BCE), que aponta para uma meta simétrica de 2% de inflação em vez de um valor "próximo, mas abaixo, de 2%", vai ser posta em prática já na próxima semana. Na definição teórica do caminho a seguir houve unanimidade, mas na passagem à prática esperam-se divisões. Foi a própria Christine Lagarde, presidente da instituição, que deixou o aviso, em declarações ao Financial Times, publicadas esta terça-feira.
"Não tenho a ilusão de que a cada seis semanas [nas reuniões de política monetária] vamos ter consenso por unanimidade e aceitação universal, porque vão existir algumas variações, algum posicionamento ligeiramente diferente. E está tudo bem", disse Christine Lagarde.
"Também não tenho a expectativa, nem a ilusão, de que haverá unanimidade em todas as decisões que tomamos", disse ainda, acrescentando que espera "um esforço constante" de cada vez que o BCE se reúna para definir a sua política monetária.
O jornal explica que alguns membros do BCE, nomeadamente os dos países frugais, têm já defendido que se comece a retirar os estímulos monetários em breve. Outros mantêm-se do lado da necessidade de continuar com a política fortemente acomodatícia. Um dos pontos chave da reunião será precisamente redefinir as orientações da atuação futura do banco central, reenquadrando as expectativas dos mercados dentro da nova estratégia.
Lagarde deixou claras as suas preferências, sublinhando que quando a economia está a funcionar próxima do limite inferior das taxas de juros, tal como é o caso, é necessária uma política "forte e persistente" para evitar que se caia na armadilha de deixar que as expectativas de inflação baixa se incorporem.
Este mesmo entendimento tinha sido já explicado na semana passada, quando o BCE apresentou a sua nova estratégia. No dia da comunicação da nova meta, Lagarde admitiu mesmo que o BCE vai tolerar inflação acima dos 2%, desde que seja temporária e moderada, se isso for necessário para manter no terreno medidas que evitem a consolidação de expectativas de médio prazo de uma inflação demasiado baixa.
"Não tenho a ilusão de que a cada seis semanas [nas reuniões de política monetária] vamos ter consenso por unanimidade e aceitação universal, porque vão existir algumas variações, algum posicionamento ligeiramente diferente. E está tudo bem", disse Christine Lagarde.
O jornal explica que alguns membros do BCE, nomeadamente os dos países frugais, têm já defendido que se comece a retirar os estímulos monetários em breve. Outros mantêm-se do lado da necessidade de continuar com a política fortemente acomodatícia. Um dos pontos chave da reunião será precisamente redefinir as orientações da atuação futura do banco central, reenquadrando as expectativas dos mercados dentro da nova estratégia.
Lagarde deixou claras as suas preferências, sublinhando que quando a economia está a funcionar próxima do limite inferior das taxas de juros, tal como é o caso, é necessária uma política "forte e persistente" para evitar que se caia na armadilha de deixar que as expectativas de inflação baixa se incorporem.
Este mesmo entendimento tinha sido já explicado na semana passada, quando o BCE apresentou a sua nova estratégia. No dia da comunicação da nova meta, Lagarde admitiu mesmo que o BCE vai tolerar inflação acima dos 2%, desde que seja temporária e moderada, se isso for necessário para manter no terreno medidas que evitem a consolidação de expectativas de médio prazo de uma inflação demasiado baixa.