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Visco: BCE não pode retirar estímulos de forma prematura para se alinhar com a meta de inflação

O governador do Banco de Itália alertou que o BCE não pode começar a abrandar os estímulos monetários demasiado cedo, só para estar em confirmidade com a sua meta de inflação.

Reuters
15 de Julho de 2021 às 12:25
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O Banco Central Europeu (BCE) deve ter cuidado para não reduzir estímulos monetários demasiado cedo, só para convencer os investidores que leva a sério o cumprimento de sua meta de inflação, de acordo com o membro do Conselho do BCE, Ignazio Visco.

"Temos que evitar diminuir os estímulos antes do tempo", diz Visco, numa entrevista à Bloomberg TV, e adianta que "realmente temos de mostrar que estamos determinados em continuar a ajudar a economia da região".

Os comentários do líder do Banco de Itália surgem uma semana antes de uma reunião importante do BCE, em que os decisores de política monetária terão de decidir como adaptar a sua linguagem sobre taxas de juros, compra de títulos e outras ferramentas à luz da sua nova estratégia de inflação de 2%. 

A nova estratégia do BCE, que aponta para uma meta simétrica de 2% de inflação em vez de um valor "próximo, mas abaixo, de 2%", vai ser posta em prática já na próxima semana. Na definição teórica do caminho a seguir houve unanimidade, mas na passagem à prática esperam-se divisões. Foi a própria Christine Lagarde, presidente da instituição, que deixou o aviso, em declarações ao Financial Times.

"Não tenho a ilusão de que a cada seis semanas [nas reuniões de política monetária] vamos ter consenso por unanimidade e aceitação universal, porque vão existir algumas variações, algum posicionamento ligeiramente diferente. E está tudo bem", disse Christine Lagarde.

Visco disse que não espera "que a política monetária seja restrita por um longo período", apontando para "uma folga substancial" na economia da Zona Euro para conter os riscos relacionados a outra onda de infecções de covid-19.

Mário Centeno, líder do Banco de Portugal, considera que o BCE deve anunciar na sua reunião de 22 de Julho a orientação futura ('forward guidance') das próximas etapas da sua política – isto para refletir a sua nova estratégia, anunciada no passado dia 8, de ter como meta a inflação de 2% no médio prazo - em vez de "abaixo, mas perto de 2%", conforme definido anteriormente.

Em entrevista à Reuters, o governador do Banco de Portugal e membro do Conselho do BCE, salienta que "numa altura em que estamos a rever a estratégia, alargando o leeway (liberdade de acção) das trajectórias de inflação que são admissíveis, é importantíssimo que a 'forward guidance' esteja adaptada a este novo enquadramento, caso contrário perderia credibilidade".

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