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Governadores do BCE estarão divididos sobre aumento da liquidez à Grécia

Decisão é esperada ainda hoje, mas não se sabe se haverá um comunicado. Extensão por 15 dias da linha de liquidez de emergência à banca grega parece garantida, mas os governadores do BCE estarão divididos, segundo a Reuters.

Bloomberg
18 de Fevereiro de 2015 às 18:59
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Os governadores do BCE estarão divididos sobre um aumento do limite de liquidez de 65 mil milhões de euros concedido aos bancos gregos através da linha de emergência que está a ser usada. A reunião do Conselho termina ao fim da tarde e ainda não é certo que haja um comunicado sobre a decisão mais aguardada do dia.

 

A continuação da cedência de liquidez através da linha de emergência (ELA) estará garantida. A agência Reuters escreve que o debate estará centrado nas vantagens e riscos do aumento do limite máximo para este tipo de cedência, o qual passou de 60 para os 65 mil milhões de euros há uma semana.

 

A pressão para reforçar esta linha surge pela fuga de depósitos do país que leva os bancos a procurarem financiamento alternativo. Os fundos do banco central são a única possibilidade disponível.

 

Desde o final de Dezembro, os bancos gregos terão perdido cerca de 20 mil milhões de euros, de acordo com valores publicados por vários jornais gregos e internacionais.

 

Estimativas do JP Morgan avançadas a semana passada apontavam a fuga de cerca de dois mil milhões de euros por semana após as eleições de 25 de Janeiro. A manter-se este ritmo, e dado o colateral disponível no balanço das instituições financeiras helénicas (as garantias que têm de dar ao banco central em troco de empréstimos), estas conseguiriam manter-se a funcionar por 14 semanas, escreveram os economistas do banco. Isto se não existisse um limite à ELA e o ritmo de fuga de depósitos não se intensificar.

 

Uma fonte do sistema bancário grego também citada pela Reuters diz, no entanto, que as saídas aceleraram no final da semana passada e, depois de uma segunda-feira calma, regressaram terça-feira, em reacção à falta de acordo entre e Grécia e os parceiros europeus. A mesma fonte aponta para fugas de cerca de 500 milhões de euros por dia.

 

Vários governadores dos bancos centrais da Zona Euro, com destaque para Jens Weidmann do banco central alemão, estarão cépticos em relação ao aumento da cedência de liquidez, sublinhando o risco de esse dinheiro ser usado para financiar o Governo através da compra de títulos de dívida. Outros estarão mais flexíveis, diz a agência.

 

Se a fuga de depósitos se intensificar, e os bancos ficarem limitados no acesso a mais fundos do banco central, a única solução disponível poderá ser a de introduzir controlos de capitais no país, uma opção radical no seio de uma união monetária, mas que já foi praticada no Chipre.

 

A ELA é concedida pelo banco central nacional, mas dados os volumes envolvidos exige-se uma aprovação quinzenal do BCE. Em 2012 os bancos gregos chegaram a ser financiados em cerca de 120 mil milhões de euros.

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