Apesar da queda dos mercados financeiros, o Goldman Sachs e o JPMorgan Chase mantêm as projecções de que o banco central dos EUA vai elevar a taxa de juro mais cinco vezes até ao final de 2019.

Mesmo perante o tombo do S&P500, economistas dos dois bancos prevêem que o presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, e os seus colegas, subirão os juros novamente em Dezembro e que a taxa chegará a 3,5% até o fim do próximo ano.

"Os bancos centrais implementarão mais aperto do que os mercados antecipam actualmente", escreveram economistas do JPMorgan líderados por Bruce Kasman.

Segundo os especialistas, a queda do desemprego nos EUA para 3,3% e a subida da inflação em 12 meses para 2,3% vão levar a Fed a subir a taxa, que actualmente se encontra num intervalo entre 2% e 2,25%.

No Goldman Sachs, a equipa de Jan Hatzius vê 90% de probabilidade de subida de juros em Dezembro e considera os riscos à projecção de quatro acréscimos em 2019 "amplamente equilibrados".

Ainda que reconheçam as intensas perdas das bolsas recentemente, economistas do Goldman Sachs enfatizam que um estudo de episódios de quedas desde 1994 sugere que a Fed só adopta uma postura de maior acomodação quando outras métricas das condições financeiras também se deterioram substancialmente ou quando o crescimento económico fica abaixo da tendência de longo prazo.

"Embora os spreads de crédito tenham-se ampliado recentemente, o crescimento permanece significativamente acima do potencial", salientou o Goldman.

Outros não estão tão convictos de que a Fed será tão agressiva. O Morgan Stanley só espera duas subidas em 2019, após o aumento de Dezembro. A Bloomberg Economics projecta três aumentos nos juros nos EUA no próximo ano.

(Texto original: Goldman, JPMorgan Still Betting on Five Fed Hikes by End of 2019)