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Fed mantém bazuca a funcionar, mas sinaliza subida de juros em 2023. Inflação de 3,4% para este ano

O banco central dos EUA optou por manter todos os estímulos atuais em funcionamento, assinalando uma alteração nos juros diretores para daqui a dois anos. Nas projeções macroeconómicas, tanto a inflação como o PIB foram revistos em alta.

Jerome Powell, presidente da Fed, divulga esta quarta-feira as conclusões da        reunião de política monetária.
Shawn Thew/Reuters
16 de Junho de 2021 às 19:05
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A Reserva Federal dos EUA deixou inalterado o seu programa de estímulos monetários, mas sinalizou duas subidas dos juros diretores - atualmente em mínimos históricos - no final de 2023, de acordo com o comunicado da reunião de dois dias que terminou nesta quarta-feira.

Signfica isto que, por enquanto, os juros se mantêm no intervalo de 0% e 0,25%, depois de este patamar ter sido definido em março de 2020, e as compras de dívida líquidas na ordem dos 120 mil milhões de dólares todos os meses até que seja feito "um progresso susbtancial" nos campos do emprego e da inflação.

A chamada "dot plot" das expectativas individuais de cada membro mostra que 13 dos 18 decisores da Reserva Federal são favoráveis a dois aumentos de juros até ao final de 2023, depois de no encontro de março não se ter previsto qualquer aumento até pelo menos 2024.

"O progresso na vacinação reduziu o contágio da covid-19 nos EUA. Devido a esse progresso e ao forte apoio orçamental, os indicadores da atividade económica e do emprego fortaleceram-se", pode ler-se no comunicado divulgado pelo banco central norte-americano, minutos antes de Jerome Powell, o presidente da instituição, dar uma conferência de imprensa sobre as decisões. 

No mesmo documento, a Fed diz que mesmo "os setores mais afetados pela pandemia (...) registam melhorias", apesar de ainda continuarem fracos. "A inflação subiu, devido sobretudo a fatores transitórios. As condições gerais de financiamento permanecem acomodatícias, em parte graças às medidas políticas para suportar a economia", realça.

Inflação revista em alta

As novas projeções do banco central apontam para um crescimento da inflação para este ano superior ao que foi previsto em março, fixando agora este indicador nos 3,4%, acima dos 2,4% das últimas projeções. Em ambos os cenários, é superior à meta de 2% que serve de referência para o banco central. Contudo, e ao contrário do que acontece com as metas do Banco Central Europeu, o mandato da Fed prevê uma inflação acima dos 2% durante largos períodos de tempo. 

Em maio, o índice de preços nos EUA subiu para os 5%, um máximo dos últimos 13 anos, acima dos 4,7% que eram esperados. Já em abril este indicador tinha-se fixado nos 4,2%. Ainda assim, a narrativa do banco liderado por Jerome Powell indica que esta será uma subida transitória. 

O PIB (produto interno bruto) para o final deste ano foi também revisto em alta para os 7%, face aos 6,5% desenhados em março. Este novo valor vai em linha com o que foi anunciado pelo 
vice-presidente da Fed, Richard Clarida, dias antes. No primeiro trimestre deste ano, o PIB expandiu 1,6% em cadeia e 6,4% em termos homólogos.

O índice do desemprego manteve-se inalterado nos 4,5%. 
Desde o início do ano foram criados 2,4 milhões de empregos nos EUA, o que representa apenas um quarto dos postos de trabalho perdidos até dezembro do ano passado. O número de adultos com trabalho – uma medida seguida de perto pela Fed – está três pontos percentuais abaixo do que estava antes da pandemia.

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