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Lane: ainda "é desnecessário e prematuro" BCE falar em abrandar estímulos monetários

O economista-chefe do banco central falou à Bloomberg TV e disse que, ao contrário do que já acontece nos EUA, ainda é cedo falar em abrandar ritmos dos apoios na Europa.

Philip Lane, membro do conselho do BCE
Clodagh Kilcoyne/Reuters
17 de Junho de 2021 às 12:01
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O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, sinalizou que os decisores de política monetária da instituição poderão não ter todos os dados que necessitam até à reunião de setembro, para começar a retirar os estímulos que foram acrescentados na pandemia.

Numa entrevista à Bloomberg TV, Lane diz que "vamos ter um verão muito interessante pela frente e temos o desafio de preservar as condições de financiamento favoráveis", acrescentando que no encontro de setembro "teremos novas previsões".

Contudo, apesar da perspetiva "muito forte" para o terceiro trimestre, a reunião do banco central vai acontecer antes do final do trimestre, o que pode significar que o BCE possa não ter todos os dados necessários para falar numa retirada de estímulos. Até porque, considera Lane na mesma entrevista, é ainda "desnecessário e prematuro falar dessas questões".

Na última reunião de política monetária, que teve lugar na semana passada, o BCE reviu em alta as estimativas para o crescimento económico da Zona Euro e para a inflação, mas considerou que ainda não era chegado o momento de retirar do mercado os estímulos monetários. E, por isso, até disse que a compra de ativos ao abrigo do programa pandémico (PEPP) vai continuar a um ritmo elevado.

Os comentários de Lane surgem depois de a Reserva Federal dos EUA ter começado a abordar essa questão da desaceleração dos apoios. Mas, como explicou Lagarde na reunião, o ritmo da recuperação na Europa e nos EUA é totalmente diferente, o que pode indiciar a probabilidade de a Fed optar por retirar primeiro os estímulos do que o BCE (depois de ter sido também a Fed a primeira a anunciar uma bazuca extraordinária). Na Zona Euro, a inflação terá subido para os 2% em maio, de acordo com uma estimativa rápida do Eurostat, o que representa um máximo de 2018. Nos EUA, este indicador bateu nos 5%.

A retirada dos estímulos monetários do banco central dos EUA será feita de forma "ordeira, metódica e transparente", mas não para já, de acordo com Jerome Powell, líder da Reserva Federal.

No final da reunião de dois dias, o banco central norte-americano optou por manter todos os apoios inalterados, como os juros diretores em mínimos históricos e a bazuca de compra de dívida nos 120 mil milhões de dólares por mês. Mas dada a velocidade de recuperação da economia, que agora foi revista em alta para este ano, a pressão sobre um desaceleramento fez-se sentir no discurso do líder da Fed.
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