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É expectável que "a inflação se mantenha indesejavelmente elevada por mais algum tempo", frisa Lagarde

A presidente do BCE afirmou que é expectável que a inflação se mantenha alta por mais algum tempo. Lagarde frisou ainda que para além de alimentos e energia se está a assistir a uma subida dos preços em outros setores.

Reuters
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A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, sublinhou esta quinta-feira que é expectável que a inflação se mantenha elevada e destacou que as subidas dos preços estão a alastrar-se a mais setores além da energia e dos alimentos. Lagarde falava durante a conferência de imprensa depois da reunião do conselho do banco central que decidiu subir as três taxas de juro diretoras em 50 pontos base. 

"Esperamos que a inflação permaneça indesejavelmente alta por algum tempo, devido às pressões contínuas dos preços da energia e dos alimentos", sublinhou Lagarde, ressalvando que a longo prazo o BCE espere que a inflação se alinhe com a meta da autoridade monetária.

A presidente recordou que ao leme desta aceleração estão os preços dos alimentos e da energia, mas frisou também que "as subidas dos preços estão a espalhar-se por mais setores".

A presidente do BCE não esqueceu também a desvalorização do euro contra o dólar, como fator que influencia a inflação. "A taxa de câmbio do euro também contribui para a inflação". Desde o início do ano o euro caiu mais de 10% contra o dólar, tendo entrado em paridade com a nota verde na semana passada.

Apesar deste cenário, a líder da autoridade monetária está confiante de que a inflação pode abrandar: "olhando mais para a frente, os custos de energia devem estabilizar e a crise nas cadeias de abastecimento deve aliviar, o que, juntamente com a normalização da política monetária em curso, deve apoiar o regresso da inflação à nossa meta".

"O mercado de trabalho continua forte. O desemprego caiu para um mínimo histórico de 6,6% em maio", justificou Lagarde.

Ainda assim, para já, no segundo semestre o cenário continuará negro. "Os dados mais recentes indicam uma desaceleração do crescimento económico, ofuscando as perspetivas para o segundo semestre", ainda que "ao mesmo tempo, essa desaceleração está sendo amortecida por uma série de fatores de apoio".

"A continuação da guerra na Ucrânia continua a ser uma fonte de risco negativo significativo para o crescimento, especialmente se as cadeias de abastecimento energético da Rússia forem interrompidos a tal ponto que leve ao racionamento do consumo de empresas e famílias", afirmou Lagarde.

"A guerra pode também amortecer ainda mais a confiança e agravar as restrições do lado da oferta, enquanto os custos da energia e dos alimentos podem permanecer persistentemente mais altos do que o esperado", acrescentou. 

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