Notícia
BCE mantém juros e deixa cair promessa de aumentar estímulos
No dia em que Draghi fala sobre política monetária da Zona Euro, Trump pode assinar a imposição de tarifas à importação de aço e alumínio. Por agora, o BCE deixa cair a opção de aumentar o programa de compra de activos.
O Banco Central Europeu (BCE) manteve esta quinta-feira inalterada em 0% a taxa directora dos juros. Contudo, os analistas e investidores estão concentrados nas palavras de Mário Draghi, presidente do BCE, sobre uma eventual guerra comercial com os Estados Unidos. Hoje também é dia de actualização de projecções e de afinar a comunicação. Aliás, no comunicado de imprensa o banco central já deixou cair a opção de aumentar o programa de compra de activos. Algo que provocou de imediato a reacção dos mercados, ainda que de forma passageira.
O Stoxx600, que agrega as 600 maiores cotadas europeias, abrandou a dimensão da sua subida. O euro, que seguia em queda, inverteu a tendência para terreno positivo e os juros alemães acentuaram a sua subida. A taxa de juro implícita na dívida nacional também chegou a subir, tendo entretanto já aliviado novamente. As reacções foram imediatas, mas de curta duração, com os índices bolsistas a voltarem a acentuar a sua subida, numa altura em que os investidores aguardam pelas palavras de Mario Draghi.
A conferência de imprensa do presidente do BCE está marcada para as 13:30 desta tarde, hora de Lisboa. Entretanto, espera-se que Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, assine o diploma que introduz tarifas à importação de aço e alumínio entre hoje e amanhã. Se a medida se concretizar, são de esperar impactos nos preços e no crescimento económico que ainda não estarão incluídos nas projecções que o BCE actualiza hoje, mas que Draghi será certamente convidado a comentar.
Perante o anúncio da decisão de Trump, a comissária europeia para o Comércio já disse que não quer alimentar uma guerra comercial, mas avisou que a Europa estará pronta a reagir. "Temos sérias dúvidas sobre a justificação [dos EUA para a imposição de tarifas], não conseguimos compreender como é que os amigos da União Europeia na NATO podem ser uma ameaça à segurança nacional dos estados Unidos", disse Cecilia Malmstrom.
E por isso acabou por confirmar que há uma lista de produtos que está a circular por todos os Estados-membros sobre os quais poderão ser impostas tarifas mais elevadas como resposta à medida dos EUA. "Sim, alguns tipos de burbon [whisky produzido nos EUA] bem como outros produtos, tais como manteiga de amendoim, arandos vermelhos, sumo de laranja, etc." disse a comissária.
Com ameaças de parte a parte, Draghi deverá ter de falar sobre o tema e o eventual impacto que uma escalada do proteccionismo poderá trazer à moeda única. A Casa Branca já confirmou que o México e o Canadá deverão escapar às tarifas, mas sobre a União Europeia não há garantias.
Afinar a comunicação?
Além disso, os analistas estão de ouvidos bem atentos a qualquer nuance no discurso de Draghi sobre a retirada das medidas de estímulo à Zona Euro que ainda estão no terreno. Até ao final de Setembro o BCE vai continuar a investir 30 mil milhões de euros por mês no seu programa de compra de activos, mas falta definir como é que os estímulos serão retirados.
Com a actividade económica na Zona Euro mais forte, os economistas ouvidos pela Reuters esperam que o presidente do BCE afine a comunicação, começando a preparar o terreno para a redução dos estímulos depois de Setembro. Draghi tinha prometido rever o discurso no início de 2018.
(Notícia actualizada pela última vez às 13:15 para dar nota da reacção dos mercados)
O Stoxx600, que agrega as 600 maiores cotadas europeias, abrandou a dimensão da sua subida. O euro, que seguia em queda, inverteu a tendência para terreno positivo e os juros alemães acentuaram a sua subida. A taxa de juro implícita na dívida nacional também chegou a subir, tendo entretanto já aliviado novamente. As reacções foram imediatas, mas de curta duração, com os índices bolsistas a voltarem a acentuar a sua subida, numa altura em que os investidores aguardam pelas palavras de Mario Draghi.
Perante o anúncio da decisão de Trump, a comissária europeia para o Comércio já disse que não quer alimentar uma guerra comercial, mas avisou que a Europa estará pronta a reagir. "Temos sérias dúvidas sobre a justificação [dos EUA para a imposição de tarifas], não conseguimos compreender como é que os amigos da União Europeia na NATO podem ser uma ameaça à segurança nacional dos estados Unidos", disse Cecilia Malmstrom.
E por isso acabou por confirmar que há uma lista de produtos que está a circular por todos os Estados-membros sobre os quais poderão ser impostas tarifas mais elevadas como resposta à medida dos EUA. "Sim, alguns tipos de burbon [whisky produzido nos EUA] bem como outros produtos, tais como manteiga de amendoim, arandos vermelhos, sumo de laranja, etc." disse a comissária.
Com ameaças de parte a parte, Draghi deverá ter de falar sobre o tema e o eventual impacto que uma escalada do proteccionismo poderá trazer à moeda única. A Casa Branca já confirmou que o México e o Canadá deverão escapar às tarifas, mas sobre a União Europeia não há garantias.
Afinar a comunicação?
Além disso, os analistas estão de ouvidos bem atentos a qualquer nuance no discurso de Draghi sobre a retirada das medidas de estímulo à Zona Euro que ainda estão no terreno. Até ao final de Setembro o BCE vai continuar a investir 30 mil milhões de euros por mês no seu programa de compra de activos, mas falta definir como é que os estímulos serão retirados.
Com a actividade económica na Zona Euro mais forte, os economistas ouvidos pela Reuters esperam que o presidente do BCE afine a comunicação, começando a preparar o terreno para a redução dos estímulos depois de Setembro. Draghi tinha prometido rever o discurso no início de 2018.
(Notícia actualizada pela última vez às 13:15 para dar nota da reacção dos mercados)