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Trump poderá isentar México e Canadá de tarifas sobre o aço e alumínio se assinarem novo NAFTA

O presidente dos Estados Unidos escreveu no Twitter que as tarifas sobre o aço e o alumínio podem não ser aplicadas ao México e ao Canadá “se os dois países assinarem um novo NAFTA”.

A desvinculação do acordo climático, em Junho, para 'renegociar' uma nova entrada, deixou os EUA isolados na cena internacional, num ano em que os efeitos das alterações climáticas voltaram a fazer-se sentir.
05 de Março de 2018 às 13:46
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Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, apresentou uma forma para o México e o Canadá não serem afectados pelas tarifas às importações de aço e alumínio. Mas não sem uma contrapartida. Na sua conta na rede social Twitter, o presidente dos Estados Unidos disse que pode aplicar uma isenção ao México e ao Canadá, no que diz respeito às novas tarifas sobre estes metais, se os dois países assinarem um novo Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA na sigla em inglês).

Na semana passada, a administração norte-americana anunciou que pretende aplicar tarifas às importações de aço e de alumínio. A reacção dos parceiros comerciais dos Estados Unidos não se fez esperar.

Além da União Europeia também o Canadá – além de parceiro comercial faz fronteira com os EUA – reagiu, através do ministro do Comércio, Francois-Phillippe Champagne, que disse que este aumento da carga fiscal sobre estas matérias-primas que entram nos EUA é "inaceitável". Já a ministra dos Negócios Estrangeiros, Chrystia Freeland, considerou, citada pela mesma fonte, que estas limitações seriam prejudiciais, tanto para trabalhadores e empresas, americanas como canadianas.

"Temos grandes défices comerciais com o México e Canadá. O NAFTA, que está agora a ser renegociado, tem sido um mau acordo para os EUA. Elevada relocalização de empresas e de empregos. As tarifas sobre o aço e alumínio vão deixar de ser aplicadas se um novo e justo acordo NAFTA for assinado. Além disso, o Canadá tem de tratar muito melhor os nossos agricultores. Muito restritivos. O México tem de fazer muito mais para impedir que drogas entrem nos EUA. Eles ainda não fizeram o que tem de ser feito. Há milhões de pessoas viciadas e a morrer", escreve o presidente dos EUA, em dois tweets.

Já esta manhã, o presidente francês, Emmanuel Macron, também se pronunciou sobre este tema. Após um encontro no Quebec (Canadá), Macron, citado pela Reuters, disse que "é importante, neste contexto, que a União Europeia reaja rapidamente e proporcionalmente dentro da Organização Mundial do Comércio".

Na semana passada, Cecilia Malmstrom, a comissária europeia com a pasta do Comércio, numa entrevista ao Financial Times admitiu que Bruxelas estava a avaliar a possibilidade de introduzir as suas próprias tarifas de "salvaguarda" sobre as importações de aço e de alumínio, que é permitido ao abrigo da Organização Mundial do Comércio.

A comissária europeia disse, ainda assim, que a Comissão Europeia vai esperar pelo anúncio formal por parte dos EUA destas tarifas – algo que está previsto acontecer durante esta semana e que deverão ser de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre o alumínio – para tomar uma acção.

Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, avançou também que a União vai "reagir firmemente e proporcionalmente" para defender os seus interesses. Considerando que a imposição de tarifas vai agravar os problemas do sector, Juncker garantiu que a Europa não vai ficar parada "enquanto a nossa indústria é afectada por medidas injustas que colocam milhares de empregos europeus em risco".

No dia 3 de Março, também no Twitter, o presidente dos EUA, disse: "se a UE quer aumentar ainda mais as suas já elevadas tarifas e barreiras sobre as empresas norte-americanas que fazem negócio lá, nós simplesmente aplicamos um imposto sobre os seus carros que entram livremente nos EUA. Eles fazem com que seja impossível para os nossos automóveis (e mais) serem vendidos aqui. Grande desequilíbrio comercial".

A China, a segunda maior economia do mundo e um dos maiores produtores do mundo de aço e alumínio, na semana passada disse apenas que o comércio mundial será prejudicado se os países seguirem o exemplo dos Estados Unidos.

Entretanto, nas últimas horas, Pequim fez questão de referir que se opõe ao proteccionismo – algo que o presidente da China tinha dito já no ano passado em Davos – e apoia um acordo para colocar um ponto final nas disputas comerciais. Contudo, e de acordo com um documento de trabalho do governo, citado pela Reuters, a China vai "proteger resolutamente" os seus interesses e direitos legítimos.

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