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Bruxelas garante que vai “reagir” se EUA aplicarem tarifas às importações de aço e alumínio

Valdis Dombrovskis admite que gostaria que os Estados Unidos recuassem na sua posição e não aplicassem taxas sobre o aço e alumínio que entra nos EUA. Mas garante que a Europa vai “reagir” se Trump não recuar.

Bruno Colaço
07 de Março de 2018 às 10:44
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A Comissão Europeia já tinha garantido que ia reagir se Donald Trump optasse por avançar com a aplicação de tarifas sobre as importações de aço e alumínio. Agora, o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, reitera essa posição. Ainda assim, manifestou a sua esperança de que as taxas alfandegárias não sejam aplicadas. 

"Esperamos que, eventualmente, esta iniciativa dos EUA não vá por diante", disse Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia, em entrevista à Bloomberg TV. "Mas é também claro que a UE vai reagir se estas tarifas unilaterais forem impostas pelos Estados Unidos", acrescentou.

Bruxelas garante que a resposta aos Estados Unidos vai ser feita no âmbito das regras da Organização Mundial do Comércio. Dombrovskis não quis alargar-se em comentários, tendo dito apenas que "estamos a avaliar todas as opções de acção". "Vamos reagir de forma firma e proporcional dentro das regras da Organização Mundial do Comércio", acrescentou.

Na semana passada, Cecilia Malmstrom, a comissária europeia com a pasta do Comércio, em entrevista ao Financial Times admitiu que Bruxelas estava a considerar a possibilidade de impor as suas próprias tarifas de "salvaguarda" sobre as importações de aço e de alumínio. De acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio, é possível que um país coloque em prática uma acção de salvaguarda. Assim, pode restringir as importações de um determinado bem, de forma temporária, se a indústria desse mesmo país estiver sob ameaça pelo aumento das importações.

 

Ontem foi noticiado que a resposta comunitária pode passar pela aplicação de tarifas sobre as importações norte-americanas de aço, vestuário, têxteis, calçado e alguns bens industriais. Assim, no âmbito desta medida, bens como jeans, t-shirts, motas e milho originários dos EUA podem sofrer um agravamento da carga fiscal para poderem ser comercializados na UE. Uma fonte da Bloomberg admitiu mesmo que a Comissão Europeia pode colocar uma taxa alfandegária de 25% sobre estes produtos. O valor total das importações sujeitas às tarifas é de 2,8 mil milhões de euros, segundo a agência.

Apesar do anúncio ter sido feito na semana passada, Trump tem ainda de assinar o documento que determina a entrada em vigor da medida, algo que pode acontecer esta semana. Não é ainda uma decisão formal. Contudo, parece que do lado norte-americano não há qualquer dúvida. Nas últimas horas, o presidente dos EUA reiterou que o objectivo de impor tarifas sobre os metais e alertou que a União Europeia vai ser atingida por "grandes impostos" por não tratar bem os EUA em relação às questões comerciais, segundo a Reuters.

Não é totalmente nova este ideia de que a Europa vai ser penalizada. No dia 3 de Março, também no Twitter, o presidente dos EUA, disse: "se a UE quer aumentar ainda mais as suas já elevadas tarifas e barreiras sobre as empresas norte-americanas que fazem negócio lá, nós simplesmente aplicamos um imposto sobre os seus carros que entram livremente nos EUA. Eles fazem com que seja impossível para os nossos automóveis (e mais) serem vendidos aqui. Grande desequilíbrio comercial".

Recentemente, o banco de investimento Goldman Sachs criticou a decisão de Trump de aplicar taxas sobre as importações destas matérias-primas. Para o banco, esta decisão pode prejudicar a economia mundial através de uma subida dos preços.

"As tarifas às importações tornam os EUA menos competitivos [porque] sobem os preços das matérias-primas", revela o banco numa nota, citada pela Bloomberg. "Ao impor tarifas transfronteiriças sobre as importações de aço e alumínio, o maior impacto económico será sobre o Canadá, México e UE e, ironicamente, vai aliviar o impacto económico sobre a China e a Rússia", acrescenta.

Trump pode dar uma isenção ao México e ao Canadá se conseguir uma renogociação do NAFTA. Entretanto, Washigton pode estar a preparar-se para apontar batérias à China. 

A administração norte-americana está a ponderar restringir os investimentos chineses em solo americano e aplicar mais taxas alfandegárias aos produtos chineses que entrem nos EUA. A imposição de tarifas sobre o aço e alumínio já fez a primeira baixa na equipa de Trump.

 

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