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Trump defende "América Primeiro" e comércio livre sem predadores

No esperado discurso feito em Davos, o presidente dos Estados Unidos fez a defesa da política "América Primeiro" e salientou os sucessos económicos conseguidos pela sua administração. Trump garante que os EUA "apoiam o comércio livre, mas este tem de ser justo e recíproco".

Lusa
David Santiago dsantiago@negocios.pt 26 de Janeiro de 2018 às 13:37
O muito aguardado discurso de Donald Trump em Davos, que encerrou o Fórum Económico Mundial realizado naquela localidade suíça, permitiu ao presidente dos Estados Unidos destacar os feitos alcançados após um ano na Casa Branca. Apesar de a intervenção ter sido mais politicamente correcta do que o habitual em Trump, o presidente americano não deixou de ser divisivo ao reiterar a defesa da política proteccionista "América Primeiro", voltando mesmo a sugerir aos restantes líderes mundiais que devem seguir o seu exemplo, colocando "em primeiro lugar" os interesses dos respectivos países. 

"Irei sempre colocar a América primeiro", proclamou para depois clarificar - tal como esclareceu esta semana Steven Mnuchin, secretário do Tesouro americano -, que isso "não significa uma América isolada".

Numa altura em que ganha força a especulação acerca da possibilidade de os Estados Unidos se prepararem para iniciar uma espécie de guerra comercial e cambial, Donald Trump frisou que os EUA "apoiam o comércio livre, mas este tem de ser justo e recíproco". Porque "no final de contas, um comércio injusto prejudica-nos a todos" e, nesse sentido, Trump deixou um aviso: "os Estados Unidos não vão continuar a fechar os olhos" ao que classificou "práticas predatórias" levadas a cabo por alguns países no xadrez comercial internacional. 

As garantias dadas por Donald Trump surgem depois de, já esta semana, Washington ter anunciado a imposição de novas tarifas aduaneiras aplicadas à importação de máquinas de lavar roupa e painéis solares, uma medida que afecta em especial a China e a Coreia do Sul e que foi vista como a primeira política significativa do proteccionismo advogado pelo presidente americano. 

EUA disponíveis para negociar TPP em grupo se "servir o interesse de todos"

Depois de em Janeiro de 2017 ter retirado os EUA da ParceriaTranspacífico (TPP),Trump anunciou agora a disponibilidade de Washington para negociar um acordo de comércio com os países banhados pelo Pacífico "enquanto grupo", desde que na condição de tal "servir o interesse de todos". Se assim não for,Trump avisou que negociará numa base bilateral com cada um desses países. Já no presente mês, os restantes 11 países envolvidos na negociação do TPP acordaram reanimar o acordo com o objectivo de o formalizar até Março deste ano. 

Ainda esta manhã, Trump, voltou a referir-se ao NAFTA como "um horrível acordo", isto depois de já ter ameaçado diversas vezes retirar o país deste compromisso multilateral com o México e o Canadá, isto além de ter suspendido as negociações para o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP) que envolve a União Europeia.


Empolgado pelo entusiasmo com que empresas e mercados receberam a reforma fiscal em vigor desde o início deste ano, bem como pela capacidade demonstrada pela administração americana na redução da burocracia e regulamentações, Trump declarou que "a América está aberta a fazer negócios". "O mundo está a testemunhar a ressurgência de uma forte e próspera América", disse o líder americano que afiança nunca ter existido melhor momento para "contratar, construir e investir" no país.

"Venham para a América, onde podem inovar, criar e construir", convidou. O convite dirigido a empresas não é, porém, extensível a todos os imigrantes que queiram trabalhar no país, dado queTrump lembrou que os EUA precisam "substituir" o actual sistema que permite a reunião familiar por um quadro baseado no "mérito" e na capacidade para "ajudar a economia". 

(Notícia actualizada às 14:08)
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