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Davos: António Costa afasta riscos de instabilidade política em Portugal

O primeiro-ministro afastou hoje riscos de instabilidade política a prazo em Portugal e considerou que os resultados económico-financeiros do país resultaram de uma mudança de políticas internas, mas sem mudanças nos objectivos na frente europeia.

Lusa
Lusa 25 de Janeiro de 2018 às 15:40

Estas posições foram assumidas por António Costa em entrevista ao jornal diário italiano La Repubblica, concedida durante o seu terceiro dia de presença no Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça.

 

Já na parte final da entrevista, o primeiro-ministro foi questionado sobre a viabilidade a prazo de um Governo minoritário socialista suportado no parlamento por outras três forças políticas de esquerda (Bloco de Esquerda, PCP e PEV) e que possuem ideologias distintas.

 

"É um Governo muito estável. Desde que entrou em funções já foram aprovados três orçamentos do Estado (2016, 2017 e 2018), faltando apenas um até ao final da legislatura. Até agora, nunca houve problemas em questões consideradas fundamentais para o país", defendeu o líder do executivo português.

 

António Costa sustentou depois que o seu Governo contrariou teses antes instaladas no pensamento político-económico e demonstrou que "é possível compatibilizar compromissos internos, virando-se a página da austeridade, com os compromissos assumidos pelo país no quadro da União Europeia".

 

"Adoptámos uma combinação diferente de políticas. Mudámos de políticas sem mudarmos de objectivos", acentuou o primeiro-ministro, atribuindo sobretudo ao factor confiança a base para recuperação económica e financeira de Portugal nos últimos anos.

 

Neste ponto, António Costa falou de forma desenvolvida sobre as "consequências positivas" de medidas como o fim dos cortes salariais e nas pensões, a eliminação da sobretaxa de IRS, ou a descida do IVA da restauração.

 

"Mais importante do que o aumento do consumo em resultado dessas medidas foram as subidas verificadas ao nível do investimento e das exportações", defendeu.

 

Ainda no plano interno, António Costa foi interrogado sobre as razões que terão levado a multinacional norte-americana Google a abrir em Portugal um "hub" para a Europa, Médio Oriente e África, que numa fase inicial empregará cerca de 500 quadros qualificados.

 

"Portugal é um país com segurança, com uma imagem agradável e com qualidade de vida, mas que também possui uma geração jovem muito qualificada e com boa capacidade de interacção com o exterior, numa tradição de abertura cultural", respondeu.

 

No plano europeu, o primeiro-ministro considerou que a eleição de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo constituiu um sinal de mudança, dando como exemplo, em seguida, que uma matéria como a reforma da zona euro "deixou de ser encarada como um tabu".

 

Neste contexto, o primeiro-ministro classificou como questão "chave" da União Europeia o aumento da sua capacidade orçamental e advogou que o conjunto de novas políticas a adoptar na Europa tem de basear-se necessariamente no princípio da convergência.

 

Durante a entrevista, apesar da insistência da jornalista italiana, António Costa evitou fazer críticas sobre a actuação do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que hoje chegou a Davos.

 

António Costa, porém, referiu que a União Europeia tem uma oportunidade na nova conjuntura mundial.

 

"A Europa deve aproveitar as oportunidades abertas no comércio internacional, recusando o proteccionismo e defendendo em contrapartida uma regulação da globalização", acrescentou.

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