Centenas de taxistas franceses cercaram esta quinta-feira os principais acessos à capital de França, numa das mais violentas manifestações contra a Uber. A aplicação para smartphone, que apresenta uma alternativa mais barata aos tradicionais táxis e com cerca de 1 milhão de utilizadores franceses, é acusada pelos taxistas de ser uma concorrência "selvagem " e "desonesta".

A manifestação começou por bloquear por completo o acesso ao centro da cidade de Paris, incluindo os acessos a partir dos dois aeroportos da capital. Os conflitos foram-se agravando ao longo do dia e o eterno braço-de-ferro entre taxistas e utilizadores da aplicação culimou com uma violência extrema. De ovos a pneus incendiados, explosivos e vários caixotes de lixo destruídos largados nas faixas de rodagem, as situações mais extremas obrigaram os utilizadores da aplicação a abandonarem os seus veículos privados. Imagens da Reuters mostram carros completamente destruídos.

A AFP avançou que as forças policiais recorreram a gás lacrimogéneo para tentar desmobilizar os manifestantes, mas nem isso evitou a destruição que as imagens comprovam.

Em declarações à agência francesa, Abdel Ghalfi, da Confederação Francesa Democrática do Trabalho, diz que os taxistas "foram obrigados a passar para esta fase de radicalismo".

Recorde-se que esta aplicação é uma alternativa que conquistou utilizadores à escala mundial, que no, se queixam de um serviço de táxi desactualizado, mais lento, menos eficiente e mais caro.

Em Portugal, desde o início de Junho que as operadoras começaram a bloquear o acesso ao site da Uber, cumprindo a decisão judicial. Esta terça-feira, representantes da Uber e a Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros foram a tribunal contestar a decisão judicial tomada em Abril. No entanto, a empresa americana recusou-se a comentar a sessão até ao final do processo.

Entretanto, a Uber continua a funcionar por considerar que a notificação judicial não abrange a actividade lusa, uma vez que a notificação se refere à Uber Technologies, a sede da empresa em São Francisco e em Portugal, a tecnológica está registada como Uber BV, com sede em Amesterdão. Recorde-se que o apoio à aplicação também é forte entre utilizadores portugueses, que entregaram este mês na Assembleia da República uma petição com mais de 10 mil assinaturas a defender um debate sobre estes novos modelos de negócio.