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Reino Unido apela a reforço da NATO na fronteira da Ucrânia

O Governo de Boris Johnson defende que a NATO deve reforçar a sua presença junto à fronteira da Ucrânia, para dissuadir qualquer invasão militar russa. Representantes dos Estados Unidos e da China discutiram esta manhã crise diplomática por telefone,

Reuters
27 de Janeiro de 2022 às 10:29
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O secretário de Estado com a pasta da defesa no governo de Boris Johnson, Ben Wallace, sublinhou esta quinta-feira que a NATO pode reforçar a presença militar na fronteira da Ucrânia, de "forma a impedir qualquer agressão russa".

"Poderiamos, sem dúvida, colocar forças no ar, no mar ou em terra", explicou Wallace em entrevista à rádio BBC.

As declarações de Wallace surgem um dia depois de tanto os EUA como a Nato terem entregue ao Kremlin, por via diplomática, declarações escritas, rejeitando a pretensão de Moscovo de impedir a Ucrânia de integrar a organização do Atlântico Norte.

"Se a intenção da Rússia com estes atos é impedir a entrada da Ucrânia na NATO é contraproducente. A lição de 2014 é clara, quanto mais [o Kremlin] violar a lei internacional, mais tropas da NATO estarão no território", ameaçou o braço direito de Johnson para a Defesa.

Ainda durante esta manhã, o secretário de Estado de Joe Biden, Antony Blinken, esteve em contacto, por telefone, com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, para discutir a crise na Ucrânica, de acordo com um comunicado do Departamento de Estado, citado pela Bloomberg.

A nota de imprensa, assinada por Ned Price, porta-voz de Bliken, esclarece que o secretário de Estado "salientou o significado das novas agressões russas para a segurança e para a economia global e transmitiu a mensagem que de a diplomacia é o caminho responsável".

Por sua vez, o governo chinês esclarece, citado pela Reuters, que durante o telefonema, Wang Yi defendeu que "as preocupações da Rússia devem ser levadas a sério e resolvidas", declarou Wang Yi que aproveitou o momento para apelar aos EUA "para não interferirem nos Jogos Olímpicos de Pequim e na questão de Taiwan", pode ler-se no comunicado.

Bielorrússia apoia negação do Kremlin

Apesar das já dezenas de horas de negociações com Estados ocidentais e do reforço da presença de 100 mil militares junto da fronteira com a Ucrânia, o Kremlin continua a negar que tem planos para invadir o país.

Esta quinta-feira, as forças armadas da Bielorrússia emitiram um comunicado onde esclarecem que, depois dos exercícios conjuntos no próximo mês, "as tropas russas sairão da Bielorrússia, pelo que este exercício não representa nenhuma ameaça à comunidade europeia".

A Bielorrússia faz fronteira com o norte da Ucrânia, estando o ponto mais próximo a 160km de Kiev.

Perante estas notícias, o rublo, moeda oficial da Rússia, segue a valorizar 1% para 78,70 pontos, de acordo com o índice de moedas fiduciárias da Bloomberg.

Gás na Europa em risco

Na tensão entre Ocidente e Rússia, para já a Europa parece poder ser a mais prejudicada, já que o Kremlin é responsável por grande parte do abastecimento de gás no bloco, ao ponto de a Alemanha ter visto os preços desta matéria-prima subirem 69% desde dezembro de 2020.

Os especialistas acreditam inclusive que o gasoduto "Nord Stream 2", que liga a Rússia à Alemanha, pode estar em risco de não vir a operar devido à escalada da tensão com a Ucrânia, deixando Berlim "entre a espada e a parede".

"Não estou a ver o Nord Stream 2 arrancar se a Rússia atacar a Ucrânia. Penso que terá de haver uma moratória ao projeto do gasoduto porque até os alemães vêm que, se isso acontecesse, daria uma péssima perceção que nunca seria do interesse da Alemanha", frisou Marcel Dirsus, politólogo e investigador não-residente no ISPK - Instituto de Política de Segurança da Universidade de Kielem, em declarações citadas pela agência Lusa.

A operadora do gasoduto Nord Stream 2 anunciou em comunicado que vai criar uma subsidiária alemã para desbloquear o processo de certificação.

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