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Putin não acede a pedidos de Obama nem da NATO

O primeiro-ministro da Ucrânia considera que as últimas iniciativas de Moscovo constituem uma “declaração de guerra”, mas o Presidente russo não parece disposto a abdicar da defesa “dos cidadãos russos no território da Ucrânia”.

Bloomberg
02 de Março de 2014 às 15:10
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Depois do parlamento russo ter aprovado, este sábado, o pedido de Vladimir Putin, Presidente da Rússia, para utilizar força militar na região autónoma da Crimeia, o Presidente norte-americano Barack Obama manteve uma conversa pelo telefone, durante 90 minutos, para alertar o líder russo do “isolamento” a que Moscovo pode ser vetado.

 

Obama solicitou que o Kremlin reenvie as suas forças militares para as bases na península da Crimeia e assim interromper aquilo que considerou tratar-se de “uma clara violação da soberania e integridade territorial da Ucrânia”. Putin terá insistido que assiste a Moscovo o direito de salvaguardar e “proteger os interesses” da população russa contra a “verdadeira ameaça” que consiste nas “acções criminosas dos radicais nacionalistas apoiados pelas novas autoridades de Kiev”.

 

Neste momento na Crimeia, cuja maioria da população é descendente russa, tropas russas e ucranianas aguardam o eventual início de hostilidades. Numa base militar desta península permanecem frente-a-frente forças militares de ambos os países. O canal de televisão britânico “BBC” referia esta manhã que soldados russos estão a tentar, em pelo menos três locais diferentes, que as forças de ucranianas renunciem ao uso da força e larguem as armas.

 

Apesar dos apelos de Obama e da restante comunidade internacional, onde se destacam as acusações do secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, que defende que Moscovo está a “ameaçar a paz e a segurança na Europa” e o apelo do Papa Francisco ao “diálogo” de toda a “comunidade internacional”, Putin não parece estar na disposição de ceder. A “BBC”, que está a acompanhar na Crimeia o avolumar da tensão, reportou perto da hora de almoço deste Domingo que uma divisão militar russa está a escavar trincheiras ao longo da fronteira da Crimeia com o restante território da Ucrânia.

 

O recém-nomeado primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Iatseniuk, insiste em acusar Moscovo de estar a “fazer uma declaração de guerra ao nosso país”. Iatseniuk pede a Putin que “recue” na escalada das acções que estão a aproximar a situação de “um desastre”. Numa mensagem via Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Carl Bildt, escreveu que o facto de as tropas russas exigirem a rendição e o abandono das armas “constitui uma clara ocupação militar em curso”.

 

O que parece estar a tornar-se num movimento separatista da região da Crimeia, alimentado e sustentado pela capacidade militar de Moscovo, tem suscitado várias declarações de condenação por parte da comunidade internacional, mas nenhuma ameaça militar foi para já dirigida a Putin.

 

Além de Obama, que pede ao Kremlin para dialogar directamente com as novas autoridades de Kiev, a quem Moscovo não reconhece “legitimidade”, este domingo o secretário de Estado norte-americano John Kerry voltou a falar em isolamento, desta feita ameaçando Putin com “as sérias repercussões” da atitude russa que levarão ao “isolamento económico de Moscovo.

 

As próximas horas são consideradas determinantes para avaliar se progressivamente se irá assistir à desmilitarização das forças russas estacionadas na Crimeia ou se, pelo contrário, os soldados ucranianos vão, em desvantagem numérica e militar, iniciar uma rendição incondicional. Várias notícias ao longo deste domingo têm anunciado a debandada de militares ucranianos. No entanto, até ao momento, não foi possível esclarecer com total exactidão a veracidade destes relatos.

 

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