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Kiev acusa Kremlin de “invasão armada e ocupação”

O ministro do Interior ucraniano disse que o exército russo tomou dois aeroportos na região da Crimeia. Em simultâneo Moscovo continua as operações de preparação militar na região oeste do país, ao longo da fronteira com a Ucrânia.

Reuters
28 de Fevereiro de 2014 às 12:29
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Apesar de o secretário de Estado norte-americano John Kerry ter revelado que o seu congénere russo Serguei Lavrov, após conversa telefónica, garantiu que a Rússia vai “respeitar a integridade territorial da Ucrânia”, esta sexta-feira Kiev vem colocar em causa as garantias russas e acusa Moscovo da ocupação de aeroportos na Crimeia.

 

Arsen Avakov, ministro do Interior da Ucrânia, acusa Moscovo da ocupação militar de dois aeroportos na região autónoma da Crimeia. Trata-se de “uma invasão armada e ocupação que violam todos os acordos e normas internacionais”, defende.

 

A “Interfax Ucrânia” refere que um grupo de militares armados, com insígnias da marinha, controlam o aeroporto de Simferopol, capital da Crimeia, desde as primeiras horas do dia. Avakov também acusou a marinha russa da tomada do aeroporto da cidade portuária de Sevastopol, zona onde Moscovo detém a principal base militar para o Mar Negro.

 

Estas movimentações surgem precisamente um dia depois de várias dezenas de manifestantes pró-russos terem assumido o controlo do parlamento de Simferopol, depois de expulsarem a polícia e hastear uma bandeira da Rússia. O Presidente russo Vladimir Putin, segundo o “The Guardian”, deu indicações para o Kremlin prosseguir conversações, relacionadas com apoio económico e trocas comerciais, com a Ucrânia. Putin terá ainda solicitado a inclusão do G8 e do FMI nas discussões sobre uma eventual ajuda financeira.

 

A NATO e países como os Estados Unidos, o Reino Unido e a Alemanha têm pedido a Moscovo para respeitar a integridade territorial da Ucrânia. Os mais recentes desenvolvimentos, a que se junta a declaração desta quinta-feira em que Lavrov avisa a comunidade internacional para acabar “com os comunicados provocatórios sobre a Ucrânia”, indiciam que as forças políticas e militares russas poderão estar a alimentar o apetite separatista da região sudeste ucraniana e da Crimeia, cujas populações são maioritariamente de etnia russa.

 

O Presidente deposto Viktor Ianukovitch, que tem sobre ele um mandado de busca internacional pela participação nos “crimes em massa” durante as manifestações na Praça da Independência, em Kiev, que levaram à sua queda, vai prestar uma conferência de imprensa ao início da tarde a partir da cidade russa de Rostov do Don. Sabe-se que Ianukovitch já pediu ao Kremlin para “providenciar [a sua] segurança pessoal” e na comunicação desta sexta-feira deverá repetir argumentos que sustentam a sua legitimidade ‘de jure’ como líder da Ucrânia.

 

Na mensagem desta tarde deverá solicitar uma comunhão de esforços de todos aqueles que se oponham ao novo poder de Kiev que recentemente legitimou, através do “Concelho de Maidan”, Arseni Iatseniuk como primeiro-ministro provisório até ás eleições antecipadas para o próximo mês de Maio. 

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