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Ucrânia pede ajuda ao FMI

Christine Lagarde recebeu esta quinta-feira a confirmação de um pedido de ajuda por parte da Ucrânia. "Estamos preparados para responder e vamos enviar, nos próximos dias, uma equipa" para reunir com responsáveis em Kiev.

5 – Christine Lagarde, directora do Fundo Monetário Internacional
Bloomberg
27 de Fevereiro de 2014 às 14:28
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A Ucrânia pediu formalmente ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Numa nota enviada à comunicação social, Christine Lagarde, directora-geral da instituição, afirma que “as autoridades ucranianas informaram-me hoje”, dia 27 de Fevereiro, que “pediram apoio ao FMI”.

 

"Estamos preparados para responder", garante Lagarde, pelo que, nos próximos dias deverão chegar a Kiev, capital da Ucrânia, elementos do FMI para se reunirem com as autoridades locais. Estes encontros “vão permitir que o FMI faça as suas habituais avaliações técnicas e independentes da situação da Ucrânia e, ao mesmo tempo, comece a debater com as autoridades [ucranianas] as reformas políticas que podem formar o programa de apoio” do Fundo, aponta Lagarde.

 

“Estamos também a debater com os nossos parceiros internacionais (...) qual a melhor forma de ajudar a Ucrânia neste momento crítico da sua história”, pode ler-se ainda na nota de Lagarde.

 

Na última noite, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, anunciou a intenção de concederem um pacote de ajuda financeira de cerca de mil milhões de euros através do Banco Mundial e do FMI.

 

No início desta semana, no passado dia 24 de Fevereiro, o Governo interino da Ucrânia tinha alertado que o país precisa de cerca de 25 mil milhões de euros para evitar entrar em incumprimento. Já na terça-feira, dia 25, a Comissão Europeia – pela voz do comissário dos Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rehn – manifestou a sua disponibilidade para dar assistência económica à Ucrânia, caso o novo Governo do país se comprometa com um "plano económico convincente”.

 

“É essencial que o novo Governo - que deve ser inclusivo e baseado em princípios democráticos - tenha um compromisso claro com as reformas económicas e que tenha um plano económico convincente”, afirmou ainda Olli Rehn, na passada terça-feira, em Estrasburgo, França.

 

Com esta condição presente, “a Comissão está pronta para dar assistência macro financeira à Ucrânia em conjunto com um programa do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em paralelo, o FMI irá, com certeza, ponderar as suas próprias decisões de acordo com os seus próprios procedimentos”, sustentou na altura o responsável europeu, citado pela agência Bloomberg.

 

Rehn assinalou ainda que a União Europeia está a “investigar as possibilidades que o Banco Europeu de Investimento e outras instituições financeiras têm para que o financiamento fique rapidamente disponível”.

 

A crise na Ucrânia dura já há cerca de três meses e nas últimas semanas dezenas de pessoas perderam a vida, nomeadamente, na praça da Independência, na capital, em confrontos com as autoridades policiais.

 

Entretanto, Viktor Ianukovitch, o ex-presidente enfrenta a possibilidade de ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional, em Haia, dado que pesa sobre ele um mandato de captura internacional. De acordo com a imprensa internacional, o ex-chefe de Estado pode estar escondido na região da Crimeia, uma república autónoma que tem uma forte ligação à Rússia.

 

Entretanto, o Parlamento da Crimeia foi tomado por um grupo de pessoas pró-Rússia, que hasteou a bandeira da Rússia e que divulga a mensagem “A Crimeia é Rússia”. Segundo escreve a agência Reuters, a situação na Crimeia está a alarmar o novo Governo ucraniano. Kiev já pediu mesmo a Moscovo que não se exceda nos seus direitos sobre as bases navais na Península da Crimeia.

 

A maioria da população desta Península é de etnia russa e, esta região, é o último grande bastião de oposição aos novos líderes da Ucrânia. Oleksander Turchynov, foi esta semana eleito como o novo presidente interino do país, e considerado como próximo da ex-primeira-ministra Iulia Timochenko.

 

Entretanto, os principais índices bolsistas do Velho Continente estão a negociar em terreno negativo. Os investidores estão apreensivos com a escalada de violência na Crimeia.

 

(Notícia actualizada pela última vez às 15h33 com mais informação)

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