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Putin e Erdogan dão passo para desanuviar crise entre Moscovo e Ancara

Estão reunidas as condições para que os presidentes da Rússia e da Turquia se encontrem pessoalmente pela primeira vez desde que em Novembro a força aérea turca abateu um avião russo numa zona próxima da fronteira turco-síria.

Bloomberg
29 de Junho de 2016 às 14:04
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As relações entre a Rússia e a Turquia poderão reentrar no habitual eixo de cooperação nos próximos dias. Esta quarta-feira, 29 de Junho, o Kremlin informou que "os presidentes russo e turco acordaram explorar a possibilidade de um encontro pessoal", o primeiro desde o incidente relacionado com o abate, por parte da força aérea turca, de um avião russo que supostamente terá invadido o espaço aéreo turco na região que liga o país à Síria.

 

Citado pelo órgão estatal Russia Today, o Kremlin adianta que o presidente russo, Vladimir Putin, encarou o pedido de desculpas recebido na segunda-feira da parte do seu homólogo turco, Recep Tayyp Erdogan, como uma oportunidade para "virar a página de crise nas relações bilaterais" entre Moscovo e Ancara.

 

No documento hoje divulgado pelo Kremlin é ainda referido que os dois lados poderão agora "iniciar um processo que vise retomar a colaboração internacional e regional, bem como o desenvolvimento das relações russo-turcas".

 

Segundo refere a agência Reuters, Putin terá mesmo dado indicações para que sejam desencadeados os passos tendentes ao levantamento das sanções aplicadas por Moscovo a Ancara na sequência do incidente que, no final de Novembro, provocou um sério afastamento entre os dois países. No essencial as penalizações económicas decretadas pelo Kremlin incidiram no estabelecimento de restrições à importação de bens agrícolas turcos e no impedimento de turistas russos viajarem para solo turco.

 

Depois do pedido de desculpas feito ao Kremlin há dois dias pelo presidente turco, Putin e Erdogan mantiveram esta manhã uma conversa telefónica durante a qual decidiram dar um primeiro passo tendo em vista a normalização das relações entre os dois países.

 

Putin expressou ainda "esperança" de que a investigação sobre a morte do piloto a bordo do avião abatido que foi recentemente lançada seja "objectiva".

 

O degradar das relações entre Ancara e Moscovo ficou claro quando o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, considerou o incidente uma "provocação planeada" e a Rússia acusou a Turquia de garantir protecção aos terroristas do autodenominado Estado islâmico (EI).

 

E já durante a Conferência do Clima que decorreu no final de Novembro em Paris, Putin rejeitou o pedido de Erdogan para um encontro à margem da cimeira ambiental.

 

Esta reaproximação surge num momento de grande instabilidade interna na Turquia, alvo constante de atentados terroristas tal como o que na última noite vitimou mais de 40 pessoas no aeroporto de Istambul. Ancara e Moscovo mantêm, porém, a divergência no que à guerra civil síria diz respeito, dado que a Rússia apoia o presidente sírio Bashar al-Assad enquanto a Turquia apoia os rebeldes sunitas que se sublevaram contra o regime de Damasco.

 

Por outro lado a Turquia tem sido sistematicamente acusada de estar a minar os esforços de guerra da NATO, organização a que a Turquia pertence e com a qual a Rússia estará também a cooperar no combate ao EI, ao bombardear as posições dos curdos sírios que se têm evidenciado no terreno como a força mais eficaz no combate aos radicais daquela organização extremista sunita.

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