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Erdogan encontra-se com Putin para consolidar reatamento de relações

Os presidentes da Turquia e da Rússia vão reunir-se em Agosto pela primeira vez em quase um ano, um gesto que visa consolidar o reatar de boas relações bilaterais entre Ancara e Moscovo.

26 de Julho de 2016 às 14:31
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Recep Tayyip Erdogan (na foto) e Vladimir Putin vão encontrar-se no próximo mês, na primeira reunião entre os dois chefes de Estado em praticamente um ano. Os presidentes da Turquia e da Rússia pretendem assim consolidar os laços bilaterais entre os dois países após meses conturbados em que os dois estados estiveram de costas voltadas.

 

De acordo com a informação dada pelas autoridades turcas e pelo Kremlin, o encontro deverá ter lugar em 9 de Agosto, na cidade russa de São Petersburgo. No final de Junho o Kremlin já tinha revelado que os dois presidentes iriam explorar a possibilidade de um encontro com vista ao desanuviamento das relações entre os dois países e ao retomar de um eixo de cooperação. O primeiro passo tinha sido dado dias antes quando Ancara pediu desculpas a Moscovo pelo derrube do avião militar russo. 

 

Além do lado diplomático, este encontro visa também alcançar questões práticas como o levantamento das sanções russas aplicadas a Ancara no seguimento do abate de um avião militar russo, pelas forças turcas, junto à fronteira entre a Turquia e a Síria. Putin chegou mesmo a recusar encontrar-se com Erdogan, apesar do pedido do presidente turco que pretendia conversar com o seu homólogo de forma ao reatar as relações. O próprio ministro russo da Economia, Alexei Ulyukayev, citado pela Reuters, já assumiu que um eventual levantamento das sanções não acontecerá antes da reunião entre Erdogan e Putin.

 

As penalizações económicas contra a Turquia decretadas pela Rússia incidiram em especial sobre os sectores turístico e da construção turcos, passando também por um embargo às importações de bens primários turcos. O incidente de Novembro trouxe à tona divergências dos dois países no que concerne à Síria, com Putin a apoiar a manutenção no poder do ainda presidente sírio, Bashar al-Assad, e Erdogan a apoiar no terreno forças de rebeldes sunitas.

 

O porta-voz do Kremlin adiantou entretanto que "a agenda [da reunião] ainda foi não discutida", embora Dmitry Peskov tenha reconhecido que "sem dúvida haverá muitas coisas a tratar". Além da questão síria estará certamente em cima da mesa a tentativa falhada de golpe de Estado na Turquia.

 

Moscovo foi uma das primeiras capitais a evidenciar apoio ao regime turco e a mostrar a oposição às forças militares que tentaram tomar o poder. Ancara agradeceu o apoio russo. Nesta altura o regime turco prossegue a senda persecutória a todos os potenciais envolvidos na tentativa de golpe, com o primeiro-ministro turco, Binaldi Yildirim, a anunciar esta terça-feira, 26 de Julho, a intenção de trabalhar com a oposição numa reforma constitucional.

Erdogan pretende tirar partido do facto de toda a oposição turca, incluindo os partidos pró-curdos, terem ficado ao lado do regime contra a intentona. Trata-se de uma janela de oportunidade que Erdogan poderá aproveitar para, finalmente, conseguir levar a cabo a pretendida reforma constitucional com a qual quer transformar o regime turco num regime super-presidencialista, um pouco à imagem do que se verifica na Rússia.

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