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Putin considera “improvável” uma guerra com a Ucrânia

O presidente russo reitera apoio ao acordo Minsk 2 e vê como “improvável” um conflito militar com a Ucrânia. Esta terça-feira, dia em que se reúnem, em Paris, representantes da Rússia, Ucrânia, França e Alemanha para discutir a aplicação do cessar-fogo, Moscovo está sob reforçada ameaça de novas sanções económicas.

Vladimir Putin, Presidente da Rússia, durante um fórum em São Petersburgo.
Bloomberg
24 de Fevereiro de 2015 às 13:54
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O presidente russo Vladimir Putin garantiu esta segunda-feira que vê como "improvável" a possibilidade de a Rússia e a Ucrânia se enfrentarem directamente num conflito militar aberto. Na primeira grande entrevista desde a assinatura do acordo Minsk 2, na madrugada de 13 de Fevereiro, Putin reiterou que apoia incondicionalmente a aplicação dos objectivos definidos na capital bielorrussa.

 

"Considero que um cenário de tal forma apocalíptico como esse é improvável e espero que nunca aconteça", assegurou Putin em relação a uma hipotética confrontação militar entre Moscovo e Kiev. Já em relação à aplicação do acordo Minsik 2, o líder russo disse acreditar que iria "estabilizar gradualmente" a situação no leste da Ucrânia.

 

Segundo a BBC, nesta entrevista televisiva Putin voltou a negar qualquer envolvimento do exército russo nos confrontos registados no Donbass, zona leste da Ucrânia. No entanto, depois de também o novo acordo não se ter efectivado no terreno, devido ao agravar dos confrontos em cidades como Debaltseve ou Mariupol, e perante a ameaça de novas sanções económicas, a Rússia está novamente sob pressão da comunidade internacional.

 

Esta terça-feira, reúnem-se em Paris representantes da Rússia, Ucrânia, França e Alemanha, para discutir formas de garantir a adopção e cumprimento dos objectivos definidos em Minsk. Tanto Kiev, como a própria NATO ou os Estados Unidos, acusaram a Rússia de enviar tropas e armamento para solo ucraniano a fim de tomar a cidade portuária de Mariupol, junto ao Mar de Azov e um importante ponto de ligação marítima à península da Crimeia, anexada em Março do ano passado por Moscovo.

 

Também a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente ucraniano Petro Poroshenko já acusaram Moscovo, nos últimos dias, de colocar em causa o acordo de paz ao incentivar e apoiar militarmente os confrontos no leste da Ucrânia, que levaram mesmo à retirada do exército leal a Kiev de Debaltseve, um importante nó ferroviário a meio caminho entre Donetsk e Luhansk, cidades sede das duas autoproclamadas repúblicas independentes separatistas.

 

"A Europa está tão interessada [neste conflito] como a Rússia. Ninguém quer conflitos na ponta da Europa, especialmente conflitos armados", afiançou ontem o presidente da Rússia.

 

Todavia, a situação está a degradar-se rapidamente na Ucrânia. Kiev anunciou esta segunda-feira que não poderia cumprir um dos pontos definidos em Minsk dado que o seu exército continua a ser alvo de disparos e bombardeamentos. O Ministério da Defesa da Ucrânia anunciou que havia interrompido a retirada de armamento militar pesado da zona que Minsk 2 estabeleceu como desmilitarizada.

 

Depois de Merkel ter referido a possibilidade de a Europa reforçar as sanções que pendem sobre Moscovo devido à alegada intervenção reiterada russa no conflito ucraniano, que a Rússia continua a classificar de "interno", foi a vez, no sábado, de o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, também ameaçar com mais sanções.

 

Apesar de Washington ter colocado de parte, pelo menos para já, a opção de enviar armas para apoiar Kiev no conflito com as forças pró-russas, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo Sergey Ryabkov foi claro na ameaça.

 

Se os Estados Unidos fornecerem armas e munições à Ucrânia, tal evento iria "fazer explodir toda a situação" no leste ucraniano. Citado pela agência noticiosa Tass, Ryabkov garantiu que isso "seria um grande golpe contra os acordos de Minsk". Perante tal cenário, "teríamos de responder apropriadamente", alertou o responsável do Kremlin.

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