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Obama sob pressão para enviar armas para a Ucrânia e Europa fala em novas sanções

Em Washington, Obama está a ser pressionado para enviar armamento para a Ucrânia, apesar dos alertas em sentido contrário feitos por diplomatas. Do lado europeu a opção preferida continua a ser a das sanções económicas com novos avisos de Mogherini e Cameron.

Reuters
06 de Março de 2015 às 13:21
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O presidente dos Estados Unidos Barack Obama está sob pressão crescente para enviar armamento militar para a Ucrânia. Esta quinta-feira, um grupo de 11 elementos da Casa dos Representantes, de ambos os partidos, enviou uma carta a Obama instando o presidente norte-americano a apoiar Kiev através do envio de armamento para o país onde decorre "uma grotesca violação do direito internacional".

 

"Apelamos a que aprove rapidamente esforços adicionais de apoio aos intentos da Ucrânia para defender a soberania do seu próprio território, incluindo a transferência de sistemas de armamento de defesa letal para o exército ucraniano", lê-se ainda na carta.

 

Esta é uma opinião que ganha partidários nos Estados Unidos, e não apenas nos circuitos democrata e republicano. Esta semana, também o influente general Martin Dempsey defendia o fornecimento de armamento letal a Kiev como única alternativa.

 

Na carta enviada pelos representantes da câmara baixa do parlamento norte-americano, há ainda espaço para críticas à acção da União Europeia, a quem acusam de "falta de clarividência" na política seguida relativamente à crise ucraniana. Assim, depois de criticar Obama pela indecisão, apelam a este para que lidere o processo. O residente da Casa Branca já assumiu estar a estudar essa possibilidade, garantindo que só poderá ser adoptada se a via diplomática falhar.

 

Com posição contrária manifestou-se Antony Blinken, número dois do secretário de Estado John Kerry, que sustenta ser necessário "persuadir a Rússia de forma a mudar de direcção", explicando que as sanções económicas estão a funcionar. Para Blinken, o envio de armas iria provocar uma escalada na tensão, situação para que o Kremlin também já alertou.

 

UE insiste na via das sanções

 

Apesar das críticas, os líderes europeus continuam a insistir no eventual reforço das sanções como via preferencial. Esta quinta-feira, o primeiro-ministro David Cameron, que antes já anunciara que Londres vai também providenciar treino militar ao exército ucraniano, afirmou que se o Kremlin colocar em causa novamente a efectivação do cessar-fogo definido pelo acordo Minsk 2, as sanções que pendem sobre Moscovo podem atingir "um nível completamente diferente".

 

Na mesma linha, Federica Mogherini, Alta Representante para a Política Externa de Segurança da União Europeia (UE), assegurou, esta sexta-feira, que a Europa está preparada para reforçar as penalizações se a Rússia não cumprir o acordo de paz.

 

Citada pela agência Reuters, afirmou que as sanções "não serão levantadas" até que haja desenvolvimentos verdadeiramente positivos no terreno, havendo, no entanto, disponibilidade para um reforço de sanções caso se verifique o contrário.

 

"Até ao momento o cessar-fogo já começou, não de forma perfeita devido a alguma violações, mas a tendência é positiva", notou a diplomata italiana que recomenda o reforço da missão da OSCE no terreno. O ministro dos Estrangeiros do Reino Unido, Philip Hammond, afiançou esta manhã que se a Rússia romper o acordo de paz, a UE está preparada para, de forma célere, aplicar novas sanções à Rússia.

 

Numa troca de acusações que se prolonga há perto de um ano, o ocidente garante que Moscovo tem participado directamente nos confrontos que assolam a região do Donbass, leste da Ucrânia, desde Abril de 2014. Já o Kremlin continua a negar qualquer envolvimento directo no conflito. Apesar da relativa pacificação no terreno, especialmente depois da retirada das forças leais a Kiev da cidade de Debaltseve, continuam a verificar-se alguns focos de combate, e ainda um reforço das posições separatistas nas zonas próximas da cidade portuária de Mariupol.

 

Esta sexta-feira os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE reúnem-se em Riga, capital da Letónia, para discutir a implementação do cessar-fogo, numa altura em que há dados que mostram o início de novos exercícios militares do exército russo na fronteira sul do país. A Letónia, bem como a Lituânia e a Estónia, são áreas sensíveis às movimentações russas, facto que levou a NATO a reforçar a presença na região dos Bálticos.

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